São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2010

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Coreanos devem concluir em 2014 projeto de 1994

DE BRASÍLIA

Os favoritos para vencer o leilão do trem-bala contam com a discreta simpatia da presidente eleita, Dilma Rousseff. Mas não são rápidos para realizar seus projetos: devem levar 20 anos para implantar menos de mil quilômetros do trem de alta velocidade em seu país.
Dilma foi a condutora do processo que levou ao leilão quando era ministra da Casa Civil do governo Lula. Já eleita, ela encontrou o ministro dos Transportes da Coreia, Chung Jong-hwan, durante a viagem do presidente Lula ao país para a reunião do G20.
Em entrevista, ela disse que Chung reiterou o desejo de participar do leilão. O fato é que hoje os coreanos são os únicos prontos para isso.
Desde 2007 estão trabalhando nesse negócio no Brasil. Fizeram estudos de solo em várias regiões por onde o trem deve passar, estão negociando com prefeituras lugares para colocar estações e firmando parcerias com grupos nacionais e estrangeiros.
"Na semana que vem, nós vamos formalizar nosso consórcio. Ele deve ter pelo menos 20 empresas de todos os segmentos", afirmou Paulo Benitez, que coordena o consórcio no Brasil e não se diz favorito. "Acho que teremos até dois concorrentes."
O grupo Bertin, que também entrou em Belo Monte, já anunciou que vai se associar aos coreanos.
Os trens coreanos serão vendidos pela Rotem, uma subsidiária da Hyundai, uma das maiores companhias do país. Eles desenvolveram um trem próprio -que anda a 350 km/h- a partir da transferência de tecnologia feita pela França, que venceu a primeira concorrência para trem-bala no país em 1994.
O modelo era semelhante ao que será feito no Brasil. Na Coreia, a operação dos trens é feita por uma empresa estatal, a Korail, com 30 mil empregados e faturamento de US$ 30 bilhões em 2009 com operação de trens. A empresa também é forte em negócios imobiliários.
A primeira linha ligando Seul a Busan levou dez anos para ficar pronta. Houve problemas na construção e também para operar os trens.
A segunda linha, que liga a primeira a Mokpo, está construída, mas parte opera em baixa velocidade. As linhas só funcionarão totalmente em alta velocidade em 2014.


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