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EUA tiveram maior recessão em 70 anos
Ciclo de contração iniciado no fim de 2007 foi o de mais longa duração desde a Grande Depressão, afirma órgão
Economista diz que essa contração foi a de retomada mais lenta e a mais profunda desde o fim da Segunda Guerra
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
O NBER, órgão privado
que determina os períodos
de contração e expansão nos
EUA, anunciou ontem que o
mês de junho de 2009 foi o
fim oficial da mais recente recessão no país, que começou
em dezembro de 2007 e eliminou 7,3 milhões de vagas.
Esses 18 meses tornam essa recessão a mais longa nos
EUA desde a Grande Depressão, período em que a economia encolheu por 43 meses
entre 1929 e 1933. Desde então, as mais longas recessões
tinham durado 16 meses
(1973-1975 e 1981-1982).
Porém, o grupo deixou claro que o fim do período não
significa que as condições
econômicas desde junho de
2009 foram favoráveis.
Em comunicado, o NBER
afirmou que "não concluiu
que a economia voltou a operar em capacidade normal",
mas sim que "a recessão acabou e a recuperação começou" naquele mês.
A decisão indica também
que, por definição, qualquer
nova contração seria considerada uma nova recessão, e
não uma continuação da que
começou em 2007, já que haveria mais de um ano de intervalo entre elas.
A avaliação foi feita com
base em revisões do PIB real
e de outros índices, como o
Produto Nacional Bruto.
RESQUÍCIOS
O anúncio trouxe poucas
surpresas para analistas econômicos, mas foi recebido
com ceticismo por uma população que ainda sente os
efeitos da crise.
"Não há dúvidas de que
essa foi não só a mais longa,
mas também a mais profunda e a de recuperação mais
lenta", disse à Folha Ken
Goldstein, economista do
grupo Conference Board.
Ele aponta para o desemprego (hoje em 9,6%) e para a
baixa confiança do consumidor como os sinais mais claros dos problemas.
"Um economista pode dizer que a recessão acabou em
junho de 2009, mas o cidadão comum vai retrucar:
"Não ligo para o que dizem,
na minha realidade continuamos em recessão"."
Goldstein nota que partes
importantes da economia
não começaram a se recuperar em junho de 2009, como o
setor imobiliário e o de trabalho, que continuaram a cair.
Em outro anúncio ontem,
a OCDE (Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) disse que
o desemprego não voltará
aos níveis pré-crise antes de,
pelo menos, três anos.
Para Goldstein, a estimativa é otimista. O Conference
Board prevê que a taxa de desemprego não cairá abaixo
de 9% antes do fim de 2012.
Em dezembro de 2007, a taxa
estava em 5%.
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