São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 2011

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Commodities

Usinas de cana investem em laboratórios

Com o aumento da demanda por álcool, objetivo das empresas é trazer maior produtividade à área plantada

Raízen fecha parceria com a norte-americana Codexis para melhorar o processo de fabricação do etanol

Fotos Marcia Ribeiro/Folhapress
Laboratório de entomologia da usina bonfim, da raízen, em Guariba (SP); empresas avançam na área científica

ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO

Com a alta demanda por álcool e os preços atrativos do açúcar no mercado internacional, as usinas investem em estratégias que tragam maior produtividade à área plantada. Para isso, avançam sobre a área científica.
A Raízen -joint venture entre Cosan e Shell e terceira maior produtora de etanol do país- investe em laboratórios de pesquisa para o controle biológico de pragas de cana-de-açúcar.
No mês passado, a empresa fechou parceria com a americana Codexis para desenvolver leveduras e enzimas que melhorem o processo de fabricação de etanol -a pesquisa será feita nos Estados Unidos. No Brasil, a Raízen está expandindo em 40% o biolaboratório de Guariba (337 km de SP), que vai abastecer as plantações da região de Araraquara (273 km de SP).
Com o controle biológico, as usinas conseguem reduzir em 35% os custos no manejo das pragas e aumentar a produtividade em até 10% -além de agregar o apelo da sustentabilidade na cultura.
"É uma prioridade, não só pelo custo. O controle biológico rende melhor que o químico e agrega valor de sustentabilidade à empresa", disse o diretor de produção da Raízen, Cassio Paggiaro.
Os biolaboratórios produzem fungos e insetos que controlam pragas como a broca da cana e a cigarrinha-da-raiz, disse Paggiaro. Eles entram na cadeia de desenvolvimento da planta, como preadores naturais dos organismos que fazem mal ao crescimento da cana. Além dessa unidade, a Raízen tem outros sete laboratórios espalhados pelos Estados de São Paulo e Goiás -o primeiro foi criado em 1973.
Segundo a Raízen, são 130 milhões de vespas produzidas todos os meses nessas unidades para o controle da broca e 13 toneladas de fungos para evitar a proliferação das cigarrinhas-de-raiz.
Outra usina que investe em biolaboratorios é a São Martinho, de Pradópolis (315 km de SP), que inaugurou no início do mês uma unidade que vai produzir fungos para combater a cigarrinha.
De acordo com a São Martinho, o investimento feito foi de R$ 820 mil para a produção de dez toneladas de fungos. A empresa também estima que a redução de custos no manejo será de 30%.
A busca das usinas por maior produtividade tem origem na crise do setor.
Nesta safra, a quebra da produção nas lavouras de cana-de-açúcar chegou a 27,5%.


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