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Maior acionista vende ação da Petrobras
Americana BlackRock afirma que reduziu participação por causa de incertezas em relação à capitalização
Principal investidora
privada da petroleira
diz que valor de mercado
pode se recuperar após
definição sobre processo
PEDRO SOARES
SAMANTHA LIMA
DO RIO
Maior gestora de recursos
do mundo e principal investidora privada da Petrobras, a
empresa norte-americana
BlackRock reduziu o investimento em ações da estatal
devido às incertezas sobre a
operação de capitalização.
Sem revelar o volume negociado, o gestor de ativos
para a América Latina do
BlackRock, Willian Landers,
afirmou que reduziu "um
pouco" a participação na empresa no segundo trimestre.
O capital foi realocado em
empresas ligadas ao mercado interno, como varejo.
"Estamos vendo oportunidades melhores em outras
partes e, dados o atraso na
operação e as incertezas com
seu tamanho e o preço dos
barris, achamos que, na melhor das hipóteses, a Petrobras vai andar de lado até a
operação ser definida."
Sediado em Nova York, o
BlackRock tem US$ 3,15 trilhões sob administração, em
ações, renda fixa, imóveis e
investimentos alternativos.
A área de ativos para América Latina tem US$ 8 bilhões, dos quais 72% no Brasil. Do total, 8% estão alocados na Petrobras. Isso não inclui participação em fundos
de energia, sob o comando
de outros gestores.
Até o fim de 2009, o BlackRock detinha 6,16% das
ações preferenciais (sem voto) da Petrobras. É o único investidor privado conhecido
publicamente por ter mais de
5% das ações preferenciais.
Além do BlackRock, são
conhecidos apenas a controladora União, a Previ (fundo
de pensão do Banco do Brasil) e o BNDES, que possuem
participações maiores.
Landers ressalta, ainda, a
incerteza gerada pelo tamanho da operação.
"É uma operação nunca
vista no Brasil, a duas semanas da eleição. Há o risco de a
diretoria sair em seis meses.
Depende da precificação de
um ativo difícil, que é um
barril futuro. Há a regulação
mudando no setor."
Depois que a operação ficar clara, diz Landers, a Petrobras voltará a ser uma das
preferidas do BlackRock.
Mas, se os barris vierem
com preço alto, afirma, há
risco de a operação não ser
aceita pelo mercado.
"O investidor não vai tirar
investimento da Exxon se o
preço for muito alto."
INSEGURANÇA
Para Edison Garcia, superintendente da Amec (Associação de Investidores do
Mercado de Capitais), o mercado está "muito arredio e inseguro" com relação à capitalização. Desde o início do
ano, o valor de mercado da
Petrobras já caiu cerca de
25%. "Falta transparência."
Segundo Osmar Camilo,
analista da Socopa, a desvalorização das ações da companhia é resultado principalmente "das incertezas geradas pela capitalização". O
acidente da BP nos EUA, diz,
teve um impacto secundário.
A Petrobras disse que as
informações sobre a venda
de ações são confidenciais.
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