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Minoritários exigem nova assembleia de acionistas
DE SÃO PAULO
A Petrobras poderá ser
obrigada a fazer uma nova
assembleia de acionistas para deliberar sobre a capitalização, atrasando ainda mais
a maior operação de captação de recursos no mundo,
prevista para setembro.
Acionistas minoritários liderados pela Amec (Associação de Investidores no Mercado de Capitais) pedem a
nova assembleia para que os
diretores da empresa façam,
publicamente, a sua recomendação sobre o negócio,
com base no preço do petróleo que será estipulado pelas
consultorias contratadas.
A última assembleia da Petrobras jogou para o conselho de administração a palavra final sobre a modelagem
da capitalização.
EM CIMA DO MURO
A Amec argumenta que,
da forma como foi desenhada, a operação desrespeita a
nova instrução da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que versa sobre transparência nas assembleias.
A regra foi feita para que os
administradores da empresa
"saiam de cima do muro",
possam ir contra os interesses dos controladores e apresentem sua visão sobre negócios que mexam com o futuro
da empresa, como fusões,
aquisições e contratos.
A instrução abre caminho
inclusive para os acionistas
depois processarem os administradores, caso eles tenham feito uma recomendação que se revele contra o interesse da empresa.
O caso é polêmico, envolve
uma regra que não tem antecedentes e nem foi testada.
Para o advogado Carlos
Eduardo Bulhões Pedreira,
que estuda as regras da capitalização, a Petrobras terá de
fazer a nova assembleia. Ele
diz, porém, que a regra não é
clara sobre capitalização,
mas sim sobre deliberações
de contratos, como o que estipula o preço do petróleo.
"É o maior desrespeito ao
mercado, só comparável com
a suspensão do "tag along"
(prêmio pelo controle) feito
para viabilizar a privatização
da Telebrás", afirmou Edison
Garcia, superintendente da
associação de investidores.
Procurada, a Petrobras
disse que estava impedida de
se pronunciar sobre o caso.
(TONI SCIARRETTA)
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