São Paulo, sábado, 25 de junho de 2011

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No interior do país, aeroportos internacionais vivem às moscas

Terminais de Parnaíba (PI), Bagé (RS), Ponta Porã (MS) e Uruguaiana (RS) têm média de 27 pessoas/dia

Infraero investiu R$ 33,2 milhões nos 4 terminais nos últimos anos; só Uruguaiana recebe voos comerciais

LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO

Enquanto aeroportos de capitais estão superlotados, há terminais com status de "internacional" no interior do país que estão às moscas.
Os aeroportos de Parnaíba (PI), Bagé (RS), Ponta Porã (MS) e Uruguaiana (RS) são um exemplo da dificuldade de expansão da aviação regional em pontos mais distantes de grandes centros.
Na lista dos 66 aeroportos da Infraero, os quatro terminais são os que têm menos movimento -juntos, média de 27 pessoas por dia neste ano-, embora com status de "internacional" e investimentos totais de R$ 33,2 milhões nos últimos anos.
Das quatro cidades, apenas Uruguaiana tem uma empresa comercial em operação. Nos outros três casos, só aviões particulares ou táxis aéreos usaram as pistas.
Governos locais afirmam que há demanda para impulsionar a aviação comercial. No entanto, sem citar cidades, empresas regionais como a Trip dizem que a expansão da malha esbarra em problemas de infraestrutura.
A situação pior é a de Parnaíba (335 km de Teresina), segunda maior cidade do Piauí, que até maio recebeu uma média de 5,2 passageiros por dia. Guarulhos, o mais movimentado do país, recebeu 80,7 mil pessoas por dia no mesmo período.
A Infraero diz que investiu R$ 28,6 milhões no terminal de Parnaíba de 2007 a 2010, a maior parte na pista, ampliada para 2.500 metros.
O terminal tem balizamento para voos noturnos, espaços para órgãos como Polícia Federal, além de capacidade para receber Boeings.
No entanto, segundo o superintendente do aeroporto, José Ivan Vieira Magalhães, o último voo fretado internacional pousou ali em 2006.
O governo do Estado até baixou de 22% para 3% o ICMS sobre o combustível de aviação, mas, ainda assim, o terminal segue sem operações comerciais regulares.
"Estou com calos nos dedos de tanto bater nas portas de companhias aéreas", disse o secretário do Turismo do Piauí, Silvio Leite.
Ele afirma que há demanda, por causa principalmente do potencial turístico da região, que inclui a chamada Rota das Emoções, entre Lençóis (MA), Delta do Parnaíba (PI) e Jericoacoara (CE).
Em Ponta Porã (a 325 km de Campo Grande), onde a Infraero investiu R$ 4,1 milhões nos últimos anos, o terminal também só é usado para voos particulares.
O fluxo de pessoas que vão à região motivadas principalmente pelo comércio do lado do Paraguai justifica a abertura de voos, diz o vereador Ludimar Novais (PPS), que lançou uma campanha para reavivar o aeroporto.
Em Bagé (a 377 km de Porto Alegre), o prefeito Luís Eduardo Colombo (PT) também lançou um movimento do tipo. "Temos um grande fluxo, principalmente para a capital", disse Colombo.

ESTRATÉGICOS
Segundo a Infraero, os quatro aeroportos são internacionais porque estão em regiões estratégicas. A estatal diz que eles têm estrutura tanto para voo doméstico como internacional.
No caso do aeroporto de Parnaíba, a empresa diz que cabe a Estados e municípios desenvolver ações voltadas ao turismo local.


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