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Um em cada três imigrantes desiste da UE devido à crise
Além disso, muitos voltam para casa devido ao rígido policiamento de fronteiras imposto por vários países
Com o real forte, cerca de 400 mil brasileiros deixaram o exterior e voltaram ao Brasil, segundo a Fazenda
LUCIANA COELHO
DE GENEBRA
A crise econômica na Europa e o rígido policiamento
de fronteiras imposto por
países como a Itália derrubaram em mais de 30% o número de imigrantes que tentaram entrar ilegalmente na
União Europeia no ano passado, anunciou a agência de
fronteira do bloco.
Segundo a Frontex, as chegadas por mar -alvo das medidas italianas- caíram 43%
no período, de 84,9 mil pessoas para 48,7 mil.
Com o acordo fechado entre Itália e Líbia no ano passado, que colocou patrulhas
líbias no Mediterrâneo para
capturar imigrantes africanos ilegais e enviá-los de volta ao continente, os desembarques nas ilhas da Sicília
quase acabaram. Ao todo, as
entradas na Itália caíram de
37 mil para 9.500.
Segundo o Ministério da
Fazenda e o Itamaraty, cerca
de 400 mil brasileiros que viviam no exterior retornaram
ao país nos últimos anos. É
pouco mais de 13% dos 3,02
milhões no exterior -800
mil deles na Europa.
Com 79,4 mil casos, ou
75%, segundo a Frontex, a
maior porta de entrada no
bloco é hoje a Grécia, país em
que os ilegais chegam tanto
por terra, da vizinha Albânia
ou da Ásia Central e do Oriente Médio via Turquia, como
por mar, da África.
Após obterem documentos falsos, muitos seguem para a Europa Ocidental.
Mas a crise que atingiu o
continente também pesou
para inibir a imigração, diz o
relatório divulgado ontem,
no quinto aniversário da
agência que coordena as polícias de fronteira na UE.
Os prognósticos de que a
Europa crescerá menos do
que os EUA e os emergentes
-1% na projeção recente,
ante 2,8% de avanço americano- são pouco animadores para os clandestinos.
Em 2009, segundo a Frontex, foram registradas 106,2
mil tentativas de entrada
clandestina no espaço
Schengen de livre circulação
de pessoas (que reúne 22 dos
27 países da UE, além de Suíça, Noruega e Islândia).
O fluxo desde os países do
Leste, de fora da UE, diminuiu em 50% por conta da situação econômica. Mas o
maior contingente de ilegais
vem da Albânia: foram 40,3
mil pessoas -queda de 6%
em relação a 2008.
A mudança nos teatros de
guerra globais também afetou o fluxo migratório, conforme relato do Acnur, o braço da ONU para refugiados.
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