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Outro lado
Construtoras confirmam atraso, mas não comentam cobrança
DE SÃO PAULO
A Ecoesfera aponta como
justificativa para o atraso nas
obras a impossibilidade de
contratação de profissionais.
Segundo a empresa, os valores pagos por quem desistiu da compra estão sendo
devolvidos. Aos compradores que mantiveram o imóvel
foram oferecidos descontos.
Sobre a cobrança da parcela das chaves -que atinge sete condomínios-, a companhia afirmou que precisaria
avaliar quais as unidades envolvidas para apurar o que
realmente aconteceu na cobrança do boleto, já que existem dois tipos de saldo final.
A Interservicer, contratada
da Ecoesfera, afirmou não ter
legitimidade para incluir o
nome de clientes em órgãos
de proteção ao crédito.
A Gafisa informou que não
foi citada sobre a cobrança
da parcela da chaves.
A companhia confirma,
entretanto, que a obra do
Campo Belo "sofreu atrasos
no cronograma, fato imediatamente comunicado aos
clientes, que foram solicitados a desconsiderar os boletos relacionados com a parcela de financiamento".
De acordo com o advogado
Marcelo Tapai, Umberto Berno, comprador do imóvel,
não recebeu o comunicado.
AÇÃO CIVIL
O Ministério Público do Estado de São Paulo abriu
ações civis públicas contra
sete construtoras por considerar desproporcionais as
punições ao consumidor e à
construtora.
"As construtoras não se
submetem a sanções em caso
de atraso das obras, ao contrário do consumidor, punido com multa e juros", diz o
promotor Roberto Senise.
Entre as empresas, estão
Gafisa, Tenda (pertencente à
Gafisa), Cyrela, MRV, Etemp,
Civic e Odebrecht.
As ações, movidas entre
novembro de 2009 e agosto
de 2010, questionam, entre
outros atributos, a cobrança
de multas entre 2% e 10% das
parcelas atrasadas, 1% ao
mês e correção monetária.
A maioria das construtoras
não se sujeita a multas em caso de atraso nas obras.
Sobre as ações civis, Gafisa
e Tenda não se pronunciaram pelo fato de o processo
estar em andamento.
CUMPRIR A LEI
A Odebrecht disse que
"não há atrasos na entrega
de seus imóveis e cumpre rigorosamente as leis em vigor". Já a Civic afirmou ter fechado acordo sobre a ação.
A Etemp afirmou não ter
atraso na entrega de obras e
decidiu não se pronunciar.
Rubens Menin, presidente
da MRV, afirmou que os atrasos têm como motivação
principal a burocracia.
O registro de imóvel mais
conhecido, o auto de conclusão do imóvel, o "Habite-se",
leva, de acordo com Menin,
em média 90 dias.
(CF)
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