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Múltis investem em tecnologia do pré-sal
Três empresas constroem no Rio, pela 1ª vez na América Latina, centros tecnológicos semelhantes aos de suas sedes
Os laboratórios estão no Parque Tecnológico, na Ilha do Fundão, perto do centro da Petrobras e
do campus da UFRJ
SAMANTHA LIMA
DO RIO
O desafio criado pela exploração do pré-sal levou fornecedores da Petrobras a
acelerar o desenvolvimento
de tecnologias para o projeto.
Três multinacionais que já
atuam no Brasil constroem,
pela primeira vez na América
Latina, centros tecnológicos
semelhantes aos que têm nos
EUA e na Europa.
Esses centros estão no Parque Tecnológico, na Ilha do
Fundão, no Rio de Janeiro. O
parque receberá mais empresas dispostas a fazer pesquisas em petróleo.
Aproveitam, assim, a proximidade do Cenpes (Centro
de Pesquisas da Petrobras) e
os conhecimentos de alunos
e pesquisadores da UFRJ,
que têm na ilha seu maior
campus.
A pesquisa tecnológica do
pré-sal tem por alvo o aumento da produção na bacia
de Santos, considerada a região mais promissora -e
mais difícil-, onde estão dez
blocos, entre eles Tupi e Iara.
A produção ali hoje é experimental e só atingirá grande
escala em 2013.
"Extrair o máximo de óleo
a custo viável é a meta", diz
Paulo Couto, vice-presidente
de tecnologia da FMC Technologies. A Petrobras não revela o custo de extração no
pré-sal, mas afirma que é viável com barril a US$ 45.
O desafio da Petrobras no
pré-sal é perfurar uma rocha
-a carbonática- cujo ritmo
de produção de óleo é pouco
conhecido, atravessando antes uma camada de sal semelhante a uma lama, que exerce pressão extra. Tudo a 300
quilômetros da costa, dificultando o transporte de pessoas e equipamentos.
A franco-americana
Schlumberger investiu
US$ 35 milhões para abrir o
centro, em setembro.
Em laboratório, amostras
serão colocadas em fornos
onde serão reproduzidas
temperatura e pressão idênticas às dos reservatórios a
7.000 metros da superfície.
"Ampliar o conhecimento
das rochas nos ajuda a estimar melhor o potencial de
produção", diz João Félix, vice-presidente de marketing
na América Latina.
A americana FMC quer
descer, da plataforma para o
fundo do mar, o sistema que
separa a água que vem com o
óleo do reservatório.
A FMC também quer usar
robôs, que já trabalham no
fundo do mar acionando válvulas, para também fazer
manutenção dos equipamentos submarinos.
"Até o pré-sal ganhar escala comercial, vamos aperfeiçoar tecnologias existentes",
diz Couto.
A americana Baker Hughes investe US$ 30 milhões
no centro. Um dos planos é
adaptar, para uso nas carbonáticas, equipamentos que
geram imagens das rochas
por meio de ondas sonoras e
magnéticas emitidas durante
a perfuração do poço.
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