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Goldman Sachs patrocina documentário autorizado
Banco protagonista da crise de 2008 contrata documentarista premiado
"Wall Street Journal" questiona a isenção do diretor; presidente do banco, Lloyd Blankfein é entrevistado no filme
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
O banco de investimentos
Goldman Sachs, um dos protagonistas da crise financeira
que estourou em 2008, terá a
sua história contada em um
documentário que está sendo produzido desde 2007.
Ao que parece, é mais institucional que denúncia: a
empresa, fundada em 1869,
patrocina a iniciativa, sobre a
qual tem controle editorial. E
o objetivo é exibi-lo aos funcionários, e não lançá-lo na
TV ou nos cinemas.
O fato de o cineasta americano Ric Burns, 55, que ganhou o prêmio Emmy por um
documentário sobre Andy
Warhol, ter aceitado dirigir
um projeto que confunde
realidade e marketing vem
causando polêmica nos EUA.
No último fim de semana,
o "Wall Street Journal" publicou reportagem em que
questiona a isenção do trabalho do diretor.
"É bem incomum para um
documentarista de sua magnitude aceitar um projeto como esse, especialmente com
restrições", criticou Robert
Greenwald, de "Wal-Mart:
The High Cost of Low Price"
(ou "o alto custo do preço
baixo", de 2005), ao jornal.
Para Greenwald, a decisão
de Burns vai "contra tudo pelo que lutamos como documentaristas".
De acordo com o jornal, já
foram filmadas entrevistas
com inúmeros funcionários,
e o seu presidente-executivo,
Lloyd Blankfein, deve aparecer no documentário.
A Folha entrou em contato
com a produtora de Burns,
mas não obteve resposta até
a conclusão desta edição.
O diretor contou, em entrevista recente à revista "New
York", como a crise econômica o afetou: "Fez um filme sobre o Goldman Sachs mais
interessante".
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