São Paulo, terça-feira, 27 de julho de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@grupofolha.com.br

País será o maior consumidor de café até 2014

Maior produtor e exportador de café do mundo, o Brasil está às vésperas de tornar-se também o maior consumidor mundial do produto.
Estudo da consultoria MBAgro indica que, se o país mantiver o crescimento previsto para 2010, de 7% ao ano, pelos próximos três ciclos de produção, na safra 2013/2014 será o maior mercado mundial, com consumo de 24,57 milhões de sacas.
O aumento da renda, aliado à sofisticação do consumo, garante o cenário propício para a maior presença do café na mesa dos brasileiros -seja por aumento do poder aquisitivo ou pela maior curiosidade de provar especialidades diferentes.
No ano passado, os brasileiros demandaram 18,75 milhões de sacas de café verde, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), o que representa um consumo de 5,8 quilos por habitante ao ano.
O país ficou atrás apenas dos EUA, onde foram utilizadas 23,33 milhões de sacas.
Nas suas estimativas, a MBAgro atribui um crescimento marginal de 0,5% ao ano para o consumo norte-americano. Para o brasileiro, a estimativa é de uma expansão de 7% ao ano até a safra 2013/2014, anunciada pela Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café).
Segundo César de Castro Alves, analista da MBAgro, a produção tem condições de acompanhar essa expansão. "Tudo depende do preço pago ao produtor e da rentabilidade da atividade", diz.
Neste ano, o setor recompõe suas margens, após anos de estabilidade nas cotações. Quebra de safra na Colômbia e em importantes produtores da América Central estão provocando altas nos preços.
"No país, a saca de café que era vendida por R$ 250 em maio agora é comercializada em torno de R$ 310", diz Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic. No varejo, a indústria deve aplicar um reajuste de pelo menos 15% nas próximas semanas.

Avanço lá fora As exportações de soja dos EUA já superam a estimativa de 39,7 milhões de toneladas para o ano comercial 2009/10, que termina em agosto. Segundo relatório de exportação do USDA, elas ultrapassam 40 milhões de toneladas.

E aqui O ritmo de comercialização de soja brasileira evoluiu na última semana, mas ainda é inferior ao do ano passado. Levantamento da Céleres mostra que 78% da safra 2009/10 foi vendida. Em igual período de 2009, esse número era de 83%.

Incertezas Os produtores esperam momentos de maior volatilidade na Bolsa de Chicago para vender a soja. As exportações sobem 3,5% neste mês, em relação a junho, segundo a média diária da Secex.

Mês de ganhos O ministério continua mostrando que julho será rentável para os exportadores de carnes e açúcar. Os embarques diários estão 30% e 81% maiores do que em julho de 2009.

Boi sobe O reflexo da pouca oferta de bois para o abate chega aos frigoríficos do interior paulista. Pesquisa da Folha mostra alta 1,3% no dia, com negócios variando de R$ 80 a R$ 83 a arroba.

Suíno também A dificuldade de encontrar animais para o abate também fez o valor do suíno subir. Na média, a arroba ficou em R$ 50,40 em São Paulo. Em 30 dias, a carne avança 3,9%.

OLHO NO PREÇO
COTAÇÕES

Mercado Interno
ARROZ
(R$ p/saca) R$ 26,5
FEIJÃO
(R$ p/saca) R$ 125,3

Chicago
MILHO
(US$ p/ bushel) 3,6
SOJA
(US$ p/ bushel) 9,9

TATIANA FREITAS (interina) com KARLA DOMINGUES



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