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Coreanos criticam adiamento de leilão
Consórcio afirma que se mantém interessado no projeto do trem-bala e que quer aumentar número de participantes
Alstom e Siemens, interessadas no
fornecimento de
tecnologia para o trem,
comemoram decisão
DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO
O consórcio sul-coreano
criticou a decisão do governo
federal de suspender o leilão
do trem-bala e remarcá-lo para abril de 2011. O consócio,
que anunciou que se manterá na disputa mesmo com o
adiamento, divulgou a lista
de 22 empresas que formam o
grupo.
São 9 empresas nacionais
e 13 estrangeiras. De acordo
com o consórcio, juntas elas
tinham patrimônio R$ 35,42
bilhões no fim do ano passado e faturamento anual de
R$ 71,62 bilhões.
O representante do consórcio coreano, Paulo Benites, disse que ficou decepcionado com a decisão do adiamento, mas respeita a decisão tomada pelo governo.
Segundo ele, o processo
não foi interrompido e o consórcio continuará trabalhando para apresentar uma proposta. Ele afirmou que a intenção é ampliar o número
de participantes, hoje em 22.
"A decepção é porque temos um projeto viável, com a
proposta de desenvolvimento regional e transferência de
tecnologia bem montados.
Mas temos que acatar [a decisão do governo]", afirmou.
O Grupo Bertin, que estava
participando do consórcio
desistiu do negócio nesta semana. Parte das outras empresas nacionais ameaçou
sair, mas ficou após reuniões
realizadas na quinta-feira
durante todo o dia.
O diretor de infraestrutura
e energia da Fiesp, Carlos Antônio Cavalcanti, disse que o
governo poderia ter mantido
o leilão do trem-bala e reformado o edital em caso de não
haver interessados.
Segundo ele, o preço-teto
definido no edital do Trem de
Alta Velocidade era considerado satisfatório para os consumidores.
"O governo precisa entender que não há problema se
não houver competidores.
Ele pode refazer o edital e
chamar um outro leilão, não
há nenhum problema nisso."
PEDIDO ATENDIDO
O presidente da Alstom
Brasil, Philippe Delleur, disse que o grupo mantém o interesse no projeto e elogiou a
decisão do governo de adiar
o leilão. "Um projeto complexo como esse precisa ser
mais bem estudado", disse.
Em nota, a empresa também disse que o tempo maior
permitirá avaliar melhor os
"aspectos técnicos e financeiros a fim de preparar propostas apropriadas".
Para Hélcio Aunhão, diretor da Siemens -outra empresa interessada no negócio
como fornecedor da tecnologia empregada no trem-bala-, o governo agiu com inteligência ao determinar o
adiamento.
"Acho que agora o governo pode responder a todos os
questionamentos dos consórcios e mudar os pontos do
edital para deixar o projeto
em pé."
Ele diz que a demanda pelo trem-bala é de apenas 60%
do total de passageiros indicado pelos estudos.
Além disso, a proposta do
governo de fazer uma compensação de R$ 5 bilhões até
o final da primeira década
em caso de frustração de demanda é insuficiente para
compensar a falta de receita.
Outra demanda dos consórcios é a mudança no traçado, principalmente a redução do número de túneis e
pontes. Aunhão diz que os
interessados esperam uma
resposta a todas as questões
até o fim de dezembro.
(DIMMI AMORA e AGNALDO BRITO)
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