São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2010

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Agência de classificação de risco deverá elevar a nota do Brasil

Fitch alterou a perspectiva do rating de "estável" para "positiva"

DE SÃO PAULO

A agência de classificação de risco Fitch indicou ontem uma possibilidade maior de elevação da nota do Brasil.
A instituição manteve a classificação da dívida de longo prazo em moeda estrangeira e local em BBB-, mas alterou a perspectiva da nota de estável para positiva.
Isso significa que a probabilidade de o rating do Brasil ser elevado nos próximos dois anos é superior a 50%.
Desde 2008, o Brasil é considerado grau de investimento pela Fitch e pela Standard & Poor's. Em 2009, a Moody's concedeu a nota. O rating mede a capacidade do país de honrar suas dívidas.
Segundo a Fitch, a revisão da perspectiva reflete o desempenho melhor do que o esperado do Brasil.
A agência elogia a "política econômica relativamente prudente" do país e diz não esperar mudança significativa na condução da economia no próximo governo.
"O Brasil tem resistido bem à crise global e apresenta uma das mais rápidas recuperações", disse em relatório Shelly Shetty, chefe de ratings soberanos da Fitch para América Latina. A Fitch projeta que o Brasil crescerá 7% neste ano e 4,5% em 2011.

ALERTA
O relatório, porém, alerta para a necessidade de o governo fazer um aperto fiscal, tendo em vista que a "excessiva demanda doméstica está pressionando a inflação".
Ainda faltam nove níveis até que o Brasil atinja a nota máxima da Fitch, que é AAA.
O diretor-executivo da Fitch Ratings no Brasil, Rafael Guedes, explica que o elevado endividamento público do país (60% do PIB, ante média de 35% de países com rating semelhante) e a baixa taxa de investimento (19% do PIB, ante média de 30% dos demais) atrapalham a elevação da nota.
Roberto Padovani, estrategista de investimentos do banco WestLB, considera que elevações de nota tendem a aumentar a atração de investimentos para o Brasil, mas devem ter impactos cada vez menores.
Na avaliação do economista Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central, uma nova elevação pode até ter consequências negativas.
Segundo ele, a maior entrada de recursos estrangeiros pode valorizar mais o real e prejudicar as exportações.


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