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Agência de classificação de risco deverá elevar a nota do Brasil
Fitch alterou a perspectiva do rating de "estável" para "positiva"
DE SÃO PAULO
A agência de classificação
de risco Fitch indicou ontem
uma possibilidade maior de
elevação da nota do Brasil.
A instituição manteve a
classificação da dívida de
longo prazo em moeda estrangeira e local em BBB-,
mas alterou a perspectiva da
nota de estável para positiva.
Isso significa que a probabilidade de o rating do Brasil
ser elevado nos próximos
dois anos é superior a 50%.
Desde 2008, o Brasil é considerado grau de investimento pela Fitch e pela Standard
& Poor's. Em 2009, a Moody's
concedeu a nota. O rating
mede a capacidade do país
de honrar suas dívidas.
Segundo a Fitch, a revisão
da perspectiva reflete o desempenho melhor do que o
esperado do Brasil.
A agência elogia a "política econômica relativamente
prudente" do país e diz não
esperar mudança significativa na condução da economia
no próximo governo.
"O Brasil tem resistido
bem à crise global e apresenta uma das mais rápidas recuperações", disse em relatório Shelly Shetty, chefe de ratings soberanos da Fitch para
América Latina. A Fitch projeta que o Brasil crescerá 7%
neste ano e 4,5% em 2011.
ALERTA
O relatório, porém, alerta
para a necessidade de o governo fazer um aperto fiscal,
tendo em vista que a "excessiva demanda doméstica está pressionando a inflação".
Ainda faltam nove níveis
até que o Brasil atinja a nota
máxima da Fitch, que é AAA.
O diretor-executivo da
Fitch Ratings no Brasil, Rafael Guedes, explica que o
elevado endividamento público do país (60% do PIB,
ante média de 35% de países
com rating semelhante) e a
baixa taxa de investimento
(19% do PIB, ante média de
30% dos demais) atrapalham
a elevação da nota.
Roberto Padovani, estrategista de investimentos do
banco WestLB, considera
que elevações de nota tendem a aumentar a atração de
investimentos para o Brasil,
mas devem ter impactos cada vez menores.
Na avaliação do economista Carlos Thadeu de Freitas,
ex-diretor do Banco Central,
uma nova elevação pode até
ter consequências negativas.
Segundo ele, a maior entrada de recursos estrangeiros pode valorizar mais o real
e prejudicar as exportações.
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