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Portugueses devem entrar na Oi via Funcef
Ingresso da Portugal Telecom na empresa controladora da tele brasileira deve ocorrer com venda de fundo da CEF
Previ e Petros devem continuar no negócio;
acordo consolida
cinco grupos na telefonia brasileira
JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO
A entrada da PT (Portugal
Telecom) na empresa controladora da Oi deverá ocorrer
por meio da venda da participação dos fundos de pensão.
A Folha apurou que, na
semana passada, o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) fechara acordo com Previ (fundo dos funcionários do
BB), Funcef (da Caixa) e Petros (Petrobras) o qual previa
que teriam de vender sua
participação.
Consultados, os fundos
negaram a venda. Mas pessoas próximas a essas negociações disseram que a Funcef deverá abrir mão de seus
10%, retirando-se da Oi. Os
detalhes dessa negociação
serão definidos na próxima
semana. Previ e Petros devem continuar no negócio.
Embora o prazo final do
acordo seja 31 de outubro, ele
deverá ser concretizado até
setembro.
Tanto a entrada da PT na
Oi quanto a venda da participação da operadora portuguesa na Vivo à Telefónica
serão analisadas pela Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações). Os dois negócios representam os primeiros passos de um processo
em curso que trará mais investimentos estrangeiros.
O Brasil é um dos países
que mais devem atrair recursos até 2015, não somente devido à Copa e à Olimpíada,
mas ao crescimento do mercado interno. Até 2014, estima-se que 22% dos domicílios terão TV paga, 92% da
população terá celular, e
33%, acesso à web móvel.
12 ANOS DEPOIS
Movimentando R$ 25,7 bilhões, os dois negócios ocorrem 12 anos após a privatização das teles do Sistema Telebrás, que rendeu R$ 22 bilhões, em 1998.
O avanço tecnológico com
a popularização do celular e
o crescente uso da internet
pela rede móvel mudaram a
lógica da privatização, que
previa a atuação de um número maior de operadoras
competindo entre si em todo
o país.
Agora ocorre o contrário:
menos competidores disputando mercado. E essas operadoras passam a ter um peso maior porque consolidam
suas operadoras de telefonia
fixa, móvel, TV paga e internet em uma só.
Mas, ao contrário do que
previam os analistas no passado, essa mudança não é
ruim para o consumidor.
CINCO GRUPOS
A partir de agora, a competição se dará entre os mexicanos da América Móvil (Embratel, Claro e Net), os espanhóis da Telefónica (Telefônica, Vivo e TVA), os italianos da Telecom Italia (TIM e
Intelig), os franceses da Vivendi (GVT) e a nova Oi (PT,
Oi e Brasil Telecom). Há também a Nextel, mas ela só atua
com telefonia móvel.
Embratel e Claro devem
ser fundidas em uma só empresa. A TIM adquiriu a Intelig. A Brasil Telecom foi comprada pela Oi, e a GVT, pela
Vivendi. Faltava à Telefónica
ter uma operadora móvel para a oferta de pacotes combinados de internet, TV, telefonia fixa e móvel.
Com a PT, a operadora espanhola não conseguia levar
essa estratégia adiante e correria o risco de ver sua presença diminuída com o avanço da concorrência.
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