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commodities
Produção de aço crescerá 63%, diz BNDES
Projeção para 2014 considera expansão da economia, projetos para Copa e Olimpíada e exploração do pré-sal
Consumo de aço per capita no país, no entanto, segue longe do verificado em países como os EUA e a China
JANAINA LAGE
DO RIO
Levantamento realizado
pelo BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) afirma que a
produção nacional de aço
bruto alcançará patamar recorde de 43,1 milhões de toneladas em 2014, uma expansão de 63% em relação ao
desempenho de 2009.
A performance do setor será puxada pelo maior ritmo
de expansão da economia e
pelo crescimento da demanda de aço para exploração do
pré-sal e para os projetos da
Copa e da Olimpíada.
Nos cálculos do BNDES, o
pré-sal, a Copa e a Olimpíada
vão criar uma demanda adicional de aço de 7,8 milhões
de toneladas. Apesar disso,
Fernando Puga, um dos autores do estudo, diz que não
há risco de gargalo no setor.
O estudo considera um ritmo de expansão da economia a partir de 2011 da ordem
de 5% a 5,5% ao ano. Uma
expansão mais acelerada da
economia pode resultar, no
entanto, em redirecionamento das exportações para o
mercado interno.
Parte da produção de aço
consiste em produtos semi-acabados, destinados à exportação, e, em geral, menos
rentáveis do que a venda de
laminados no mercado interno, segundo o banco. Os projetos para exportação podem
ser redirecionados para o
mercado interno com investimentos em laminação.
O banco calcula que o saldo da produção que pode ser
destinada à exportação fique
em 9,7 milhões de toneladas
em 2014 -o que seria uma
volta ao nível de 2008.
As contas do banco incluem a entrada em operação
da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico) e da Vallourec & Sumitomo no segundo semestre. Além disso,
o banco contabilizou a entrada em operação da Companhia Siderúrgica do Pecém,
no Ceará, e a expansão da
produção da usina de João
Monlevade, em Minas Gerais, entre outros projetos.
PROJEÇÕES
Até 2013, os principais projetos mapeados pelo BNDES
representam investimentos
de US$ 27,7 bilhões (ou R$ 51
bilhões). A utilização da capacidade do setor passará de
66,6% em 2009 para 82,1%
em 2014, abaixo da média entre 2002 a 2008.
Segundo o presidente do
Conselho Diretor do Instituto
Aço Brasil, André Johannpeter, no pior momento da crise
econômica mundial o setor
operou com 50% da capacidade e 6 dos 14 altos fornos
desligados.
As projeções de investimento e produção do instituto para 2016 são ainda mais
otimistas: estima que será
possível produzir 77 milhões
de toneladas de aço, com investimentos de US$ 40 bilhões (R$ 73,6 bilhões).
O consumo de aço per capita no país ainda está longe
do verificado em países como
os EUA e a China. O Instituto
Aço Brasil prevê que o consumo per capita alcance em
2010 o patamar de 129,3 kg/
habitante. No ano passado, o
consumo nos EUA foi de
186,9 kg/habitante. Na China, a 405,2 kg/habitante.
O aumento do consumo é
apontado como um dos desafios do setor, ao lado da necessidade de mecanismos
para maior acesso ao mercado internacional e ao risco de
desindustrialização do país,
em razão da concorrência
com importados, principalmente da China.
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