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Serasa cria índice de fraudes aplicadas por consumidores
Indicador mede tentativas de golpe envolvendo pessoa física no mercado
Fraudes na tomada de
crédito são as mais
comuns; até outubro,
volume de tentativas
supera R$ 5,8 bilhões
CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO
A Serasa Experian, de informações financeiras, lança
hoje um índice para medir as
tentativas de fraude praticadas por pessoas físicas contra empresas no Brasil.
Com o indicador, que será
divulgado a cada mês, a Serasa quer alertar o mercado
para os golpes mais comuns
em determinado período.
"À medida que o índice subir, apontando que as tentativas de fraude estão mais ativas, as empresas poderão intensificar a segurança", diz
Ricardo Loureiro, presidente
da Serasa Experian.
O indicador que sai hoje,
referente a outubro, mostra
que as tentativas de fraude
por uso indevido de dados de
consumidores somaram
R$ 592,2 milhões. De janeiro
até o mês passado, o volume
superou R$ 5,8 bilhões.
Loureiro diz que os casos
reportados de golpes efetivos
cresceram nos últimos 12 meses, no embalo do aquecimento econômico, o que estimulou a criação do índice.
A Experian já publica indicadores similares no exterior, em países como EUA e
Reino Unido, há cinco anos.
AS MAIS COMUNS
Ainda de acordo com a Serasa, as fraudes na tomada
de crédito são as mais comuns no Brasil -seja no sistema financeiro, no varejo ou
em telecomunicações (com
celulares, por exemplo).
E, entre elas, aparecem
com maior frequência as que
envolvem o uso indevido de
documentos de identidade.
Assim, para se proteger, as
empresas devem confirmar
dados cadastrais e avaliar as
"informações comportamentais" do consumidor.
"É muito comum que as
companhias não separem as
perdas que têm por causa de
fraudes desse tipo daquelas
que são resultado de inadimplência", diz Loureiro.
"E é preciso separar as coisas porque as medidas de
combate em cada caso são diferentes."
O novo índice vem do cruzamento de três dados.
Primeiro, o número total
das consultas de CPFs feitas
mensalmente na Serasa.
Depois, a estimativa do risco de fraude envolvendo
uma amostra desses CPFs,
obtida por modelos de probabilidade desenvolvidos pela
companhia.
E a terceira informação é o
valor médio dos golpes efetivamente aplicados registrados pela Serasa.
"Nossa base de dados é
muito grande. Atendemos
400 mil empresas que fazem
aproximadamente 4 milhões
de consultas por dia, o que
nos permite chegar a um indicador consistente", afirma
Loureiro.
NATAL
Até agora, o índice de golpes no ano foi mais alto em
maio (chegou a R$ 662,5 milhões), mês do Dia das Mães.
Essa é a segunda data mais
importante do ano para o varejo brasileiro.
Mas a Serasa diz que esse
recorde pode ser batido no
Natal, época em que mais se
vende no país.
Em 2011, a empresa deve
começar a divulgar também
um índice de fraudes envolvendo pessoas jurídicas.
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