São Paulo, segunda-feira, 29 de novembro de 2010

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AACD adota administração profissional

Com a gestão mais eficiente, associação quer aumentar atendimentos e se tornar 100% independente de doações

Hoje, 88% dos custos são cobertos com recursos próprios e entidade ainda precisa de ajuda financeira

DE SÃO PAULO

Com 60 anos de trabalho na reabilitação de deficientes físicos, a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) ganha cara de empresa para crescer.
A instituição investe na gestão profissionalizada e remunerada para ter autossustentabilidade financeira e seguir aumentando os atendimentos -que subiram de 4.500 para 5.700 por dia entre 2006 e 2010.
Está prevista a contratação de um CEO (presidente-executivo), que virá do mercado para assumir em 2012.
Hoje, 88% dos custos da AACD -que teve orçamento de R$ 190 milhões neste ano- são cobertos por recursos próprios, principalmente com serviços prestados por meio de convênios médicos.
Em média, quatro pagantes geram receita para cobrir um atendimento gratuito.
No Hospital Abreu Sodré, que é da instituição e referência em ortopedia na América do Sul, cerca de 40% dos atendimentos são pagos.
A AACD ainda precisa de doações, mas o plano é chegar a 100% de independência em três anos.
"Temos 32 mil pessoas na fila de espera e cada paciente que entra fica de oito a dez anos em tratamento", diz Eduardo de Almeida Carneiro, presidente voluntário.

DESDE 2006
A empreitada com jeito de plano estratégico empresarial foi o caminho encontrado pela associação para sobreviver em um contexto em que as companhias passaram a ter projetos sociais próprios nos quais investem.
"Precisamos cada vez mais encontrar novas fontes de recursos", diz Carneiro.
Acima do futuro presidente-executivo da associação, o time permanece voluntário -cerca de 120 conselheiros e o presidente do conselho.
Mas, abaixo do CEO, há seis superintendentes -todos com salários- de áreas como captação de recursos e relações institucionais.
A reforma começou a ser desenhada em 2006, quando Carneiro, que sempre foi empresário do setor imobiliário, assumiu a instituição.
Desde então, aumentou não só o número de atendimentos -incluindo o de cirurgias gratuitas, que cresceu 25%, para 1.750 em 2009- como o de funcionários (16%, para 2.100).
Já o custo por atendimento caiu 12%, para R$ 37.
E a associação tem mais projetos em vista. Entre eles, parcerias para abrir uma faculdade de fisioterapia integrada ao centro de reabilitação.
(CAROLINA MATOS)


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