São Paulo, domingo, 30 de maio de 2010

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OUTRO LADO

Lucas do Rio Verde representa Brasil que cresce

Para marcar o início de um novo tempo na cidade, Lucas do Rio Verde em 1999 escolheu a ema como símbolo. "É uma ave que caminha a passos largos e de cabeça erguida", explica Luciane Copetti, 44, atual secretária de Agricultura e Meio Ambiente.
Ela faz parte da segunda geração de moradores do município, a qual no começo da década passada migrou da região Sul para a Centro-Oeste a convite de parentes que já se haviam instalado por ali. Os pioneiros tinham sido estimulados por um programa do governo federal cujo objetivo era povoar os grandes vazios do país.
Mesmo vivendo no meio do mato, sem luz e abastecendo-se de água diretamente do rio, ninguém arredou o pé. "Tu sabe, não queríamos voltar ao Paraná fracassados", lembra Luciane.
Nos pedaços de terra que ganharam, os a partir de então luverdenses plantaram soja. E precisaram reinventar o negócio, muitos anos depois, quando o preço do grão parou de subir.
"Agregar valor" ao produto virou a palavra de ordem há cinco anos. Então, em vez de simplesmente fornecer a leguminosa para a fabricação de ração, os pequenos agricultores passaram a vendê-la já "na forma de" frangos e porcos.
A prefeitura, dirigida por um desses empresários -a maioria dos secretários é do ramo também-, deu benefícios para o estabelecimento de uma esmagadora de soja do grupo Amaggi e uma fábrica de aves e suínos da Sadia, que abriram em 2008. Juntas, empregam quase 4.000 funcionários.
Os fazendeiros ampliaram sua atividade, passando a fornecer os animais para o abate, o que gerou mais emprego e renda.
"Existem oportunidades. É questão de enxergar", diz o prefeito, Marino Franz, 47.
A 350 quilômetros de Cuiabá e com 30 mil habitantes -pelas contas da administração municipal, já são 50 mil-, Lucas possui os mais elevados indicadores sociais e de renda da região. É o exato oposto de Brasnorte, que fica a 150 quilômetros dali.


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