São Paulo, quarta-feira, 30 de junho de 2010

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Juro para financiar carro tem 1ª alta após 18 meses

Taxa em bancos de montadoras foi elevada de 1,40% para 1,43% ao mês

No mercado em geral, índice subiu de 1,78% para 1,86% em maio; Selic teve alta no final de abril e neste mês


TATIANA RESENDE
DE SÃO PAULO

Após um ano e meio sem elevação, a taxa de juros para financiamento de automóveis e comerciais leves subiu em maio, para 1,43% ao mês, refletindo a elevação da Selic no final de abril.
Os dados adiantados à Folha são da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras). Entre janeiro e abril, a taxa tinha sido de 1,40%, considerando empréstimos por meio do CDC (Crédito Direto ao Consumidor) para veículos novos e usados.
Os juros, levando em conta todo o mercado -não só bancos de montadoras-, subiram de 1,78% para 1,86%, após seis meses sem alta.
Décio Carbonari de Almeida, presidente da Anef, ressalta que "o aumento no custo do "funding" [captação] é imediato", mas o momento e a intensidade do repasse para o consumidor dependem de cada empresa.
O executivo adianta que as taxas devem ter voltado a subir neste mês, já que a Selic registrou mais uma elevação de 0,75 ponto percentual, para 10,25% ao ano, no dia 9.
A inadimplência para atrasos acima de 90 dias caiu de 3,9% para 3,8% entre abril e maio, atingindo o menor patamar desde setembro de 2008, quando houve o agravamento da crise global.

EMPREGO
Segundo Almeida, esse indicador é mais influenciado pela atividade econômica do que pela taxa de juros. O executivo cita o aquecimento do mercado de trabalho como um dos fatores determinantes, já que eleva a confiança do consumidor.
A taxa de desemprego está em 7,5%, a menor para meses de maio desde o início da série do IBGE, em 2002.
As carteiras de CDC e leasing para a aquisição de veículos por pessoa física atingiram R$ 166,6 bilhões, com alta de 14% ante maio de 2009.
Na avaliação de Sérgio Reze, presidente da Fenabrave (federação das concessionárias), o impacto dos juros será pequeno nas vendas porque influencia pouco o valor da prestação e o consumidor ainda pode ampliar o prazo de pagamento para fazer a parcela caber no orçamento.
De acordo com a Anef, os planos médios de financiamento estão em 42 meses, um a menos do que em abril.
"É um momento complicado para repassar" altas da Selic, diz Marcelo Cioffi, da PricewaterhouseCoopers, lembrando a subida no preço do aço e o fim da redução de IPI. "É preciso fazer uma equação para não pesar tanto."
Nos cinco primeiros meses do ano, o licenciamento de veículos leves teve expansão de 13,1% ante 2009.


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