São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 2011

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Fusão não terá dinheiro público, diz Gleisi

Ministra da Casa Civil afirma que presença da BNDESPar na fusão Pão de Açúcar-Carrefour é "ação de mercado'

Fernando Pimentel aponta "importância estratégica para Brasil'; Abilio diz que BNDES faz "serviço à sociedade"

MÁRCIO FALCÃO
ANA CAROLINA OLIVEIRA
DE BRASÍLIA

A ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) disse que "não há recurso público" do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) na fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour.
Segundo ela, essa é uma ação de mercado da BNDESPar, braço de participações do banco em empresas privadas, e não passa pelo crivo do governo.
"É uma operação enquadrada pelo BNDES. Não é operação de crédito do BNDES, não tem recurso público envolvido, nem FGTS nem Tesouro. É a BNDESPar que vai fazer isso. É ação de mercado, não tem nada a ver com decisão de governo."
A BNDESPar é uma estatal que opera com receita própria, sem depender da arrecadação tributária. Mas seus resultados afetam o patrimônio público e as receitas do Tesouro com os dividendos pagos por suas empresas.
Para Fernando Pimentel (Desenvolvimento), a fusão será de "importância estratégica para o Brasil".
"Isso abriria porta importantíssima para colocar produtos brasileiros no mercado estrangeiro. Vamos ter pela primeira vez, numa grande cadeia varejista internacional, produtos industrializados brasileiros lá fora."

DINIZ
Em entrevista ao "Jornal Nacional", o empresário Abilio Diniz, do Pão de Açúcar, disse que o BNDES realizou um "serviço à sociedade" ao se dispor a aportar recursos para a fusão entre o grupo e o Carrefour do Brasil.
"O BNDES fez um bom negócio, está evitando que o sistema de abastecimento seja totalmente desnacionalizado. Acho que está fazendo um serviço para o consumidor, para a sociedade, para todos os brasileiros."
Um dia após o anúncio da fusão, Diniz participou de reunião, no Planalto, da Câmara de Políticas de Gestão, espécie de consultoria para melhorar a gestão dos serviços públicos.
Diniz disse que o negócio não é ilegal, contrariando comunicado divulgado pelo sócio francês, o Casino.
"A companhia é listada em Bolsa, aqui e nos Estados Unidos, há 15 anos. Não tem nada de ilegal."
Deputados e senadores da oposição criticaram a ação do BNDES na operação.
O PSDB apresentou na Comissão de Finanças da Câmara dos Deputados requerimento para que o presidente do banco, Luciano Coutinho, apresente esclarecimentos.


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