|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
commodities
Importação de aço afeta balanço de siderúrgicas
Para enfrentar produto importado, empresas brasileiras reduzem preço
Vendas da CSN caem 10% no mercado interno no terceiro trimestre; Usiminas teve retração de 14%
TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO
A combinação de aumento
de importações de aço e estoques elevados reduziu o volume de vendas e os preços
do produto no mercado interno no último trimestre.
A consequência foi uma
piora no resultado operacional de Usiminas e CSN, que
nesta semana apresentaram
seus balanços ao mercado.
Na CSN, as vendas de aço
no mercado interno caíram
10% em relação ao segundo
trimestre de 2010, para 1,03
milhão de toneladas. Na Usiminas, a retração foi de 14%
na mesma base de comparação, para 1,23 milhão.
"O problema é a importação, pois a demanda por aço
no Brasil continua forte", diz
o analista Leonardo Alves,
da Link Investimentos.
O Instituto Aço Brasil
(IABr) estima que a importação de aços planos apresente
um crescimento de 160% em
relação a 2009, atingindo 3
milhões de toneladas.
Para manter a participação de mercado, as empresas
reduzem preço. "No quarto
trimestre, teremos queda de
5% nos preços por conta de
descontos que foram dados a
clientes", disse ontem o diretor comercial da CSN, Luiz
Fernando Martinez.
Segundo o executivo, a
queda no prêmio pago pelo
aço brasileiro ajudará a reduzir "ao menos pela metade"
as importações no primeiro
trimestre de 2011.
O analista da Link tem dúvidas. "Pelos indicadores de
mercado que temos, não vejo
motivo para interromper as
importações", afirma Alves.
O governo já sinalizou medidas para restringir as importações de aço, mas a CSN
estuda ação antidumping
nos segmentos onde a companhia foi mais afetada. "Temos indícios que comprovam dumping no mercado
brasileiro", diz Martinez.
O lucro da CSN caiu 19%
ante o segundo trimestre, para R$ 720 milhões, reflexo de
maior pagamento de impostos e despesas financeiras.
Já a Usiminas apresentou
lucro de R$ 495 milhões, alta
de 43% na mesma comparação. Com 46% da dívida em
moeda estrangeira, o resultado foi beneficiado por ganhos cambiais.
Texto Anterior: Dívida Pública: Europa aprova reforma fiscal, mas mudança em tratado será limitada Próximo Texto: Análise/Agronegócio: Ciência e tecnologia garantem distribuição de renda no país Índice | Comunicar Erros
|