São Paulo, quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Consumo de leite é inferior ao que se previa

O Brasil consome menos leite do que se imaginava. O consumo per capita -incluindo leite líquido, em pó, queijos e requeijão, iogurte e outros produtos vindos de laticínios- é de apenas 128 litros por ano.
As estimativas anteriores, quando se considerava o total da produção de leite pelo número de habitantes, indicava 150 litros por ano. Nesse número está incluída a utilização industrial.
Os dados atuais são da Associação Brasileira dos Produtores de Leite, a Leite Brasil, após cruzar os números da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) 2008/9 e do estudo Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil, ambos do IBGE.
Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil, diz que o país está deficitário no consumo de leite, que é bem inferior ao ideal, de 200 litros por ano. Os uruguaios consomem 74 litros a mais do que os brasileiros.
Os norte-americanos, 82 litros a mais.
Dois motivos levam a essa deficiência no consumo. Primeiro, a falta de uma política coordenada do setor para mostrar as propriedades do leite. "O setor precisa sair da toca", diz ele.
Segundo, é necessário aumentar a produção. Se o consumo crescer, não haverá leite suficiente, já que parte do mercado é abastecido atualmente por Uruguai e Argentina.
Mas o setor tem ainda um grande desafio pela frente, segundo Rubez: melhorar a qualidade do leite, dando, inclusive, um gosto mais atrativo para o produto. E essa qualidade não depende apenas da indústria, mas começa logo no campo, diz ele.
De uma forma geral, o país não dá ao alimento o valor que ele merece, diz o presidente da Leite Brasil. Essa mentalidade precisa mudar para que o país possa ter um mercado externo também para os produtos de valor agregado, diz ele.

Nova queda A consultoria Datagro voltou a reduzir a estimativa para a moagem de cana-de-açúcar da safra atual. A região centro-sul deve processar 498 milhões de toneladas -queda de 11% em relação à produção de 557 milhões de toneladas da safra 2010/11.

Geada A nova projeção reflete o prejuízo que as geadas do início deste mês proporcionaram às lavouras de cana. Em relação à previsão anterior da Datagro, de 517 milhões de toneladas processadas, a queda é de 4%.

Menos açúcar Com a menor oferta de cana, a produção de açúcar do centro-sul deve cair 9% em comparação à safra passada, para 30,6 milhões de toneladas neste ano.

Bem menos álcool A consultoria Datagro ainda estima que a produção total de álcool (anidro e hidratado) terá retração de 19% na mesma comparação e deve somar 20,5 bilhões de litros na safra 2011/12.

Recorde 2010 foi um bom período para os produtores da Califórnia. Dados de ontem do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) indicam que eles tiveram receitas de US$ 38 bilhões, 9% a mais do que em 2009.

Pressão Os produtos agrícolas voltaram a pressionar no atacado. A alta foi de 1,5% neste mês. Em 12 meses, é de 18,8%, segundo a FGV.

DE OLHO NO PREÇO
COTAÇÕES

Chicago

Milho
(US$ por bushel) 7,64

Soja
(US$ por bushel) 14,49

Londres

Alumínio
(US$ por tonelada) 2.361

Cobre
(US$ por tonelada) 9.128

com KARLA DOMINGUES




Texto Anterior: Circulação: Sem modelo de cobrança, jornais restringem o conteúdo on-line
Próximo Texto: Venda de imóveis novos despenca em SP
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.