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Diário do Cairo

Máscaras não bastam contra gás misterioso

DO ENVIADO AO CAIRO

Nos protestos de janeiro e fevereiro passados, ambulantes vendendo bandeiras do Egito e faixas com slogans anti-Mubarak tomaram a praça Tahrir, gerando um fervilhante mercado informal de suvenires revolucionários.

Agora, o que domina as vendas são as máscaras antigás, usadas para enfrentar as bombas de gás disparadas pela polícia.

Embora não sejam novidade (foram utilizados em janeiro em grande escala), os disparos de gás tornaram-se um perigo maior.

Médicos que atenderam manifestantes nos últimos dias contam que os quadros de convulsão e asfixiamento indicam o uso de um gás muito mais tóxico que o conhecido em manifestações recentes.

O médico Tarek Morsi, que atende numa das enfermarias improvisadas na praça Tahrir, diz que nos últimos dias atendeu a uma média de 30 casos de asfixiamento por hora.

"O quadro se assemelha ao de epilepsia", diz ele, que foi voluntário na praça em janeiro. "Não sei ao certo que tipo de gás estão usando. Mas se a vítima não é atendida logo, pode se asfixiar até a morte."

Todos os manifestantes usam algum tipo de máscara, que varia segundo o bolso. Há desde as mais simples, do tipo usado em hospitais, a 1 libra (R$ 0,30), até as mais sofisticadas, como um modelo espanhol, a 30 libras (R$ 9).

As melhores máscaras, porém, não são suficientes para proteger quem se expõe ao gás diretamente. Mesmo de longe, o odor é opressivo e fecha a garganta. (MARCELO NINIO)

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