Caso extraconjugal tira republicano da corrida eleitoral

Herman Cain, o ex-executivo e ex-radialista que sacudiu a corrida eleitoral americana ao ser catapultado do traço à liderança entre os republicanos com base apenas em seu carisma populista, desistiu de concorrer à Presidência dos EUA.

No anúncio, feito na tarde de ontem em Atlanta ao lado da mulher, Gloria, Cain atribuiu a decisão às "distrações" e dificuldades impostas pelas sucessivas acusações de assédio sexual e à mais recente suspeita de que ele manteve uma relação extraconjugal por 13 anos.

"Não posso agradecê-los o suficiente por até onde chegamos e por todas as coisas que conseguimos", disse Cain a um grupo de simpatizantes em sua cidade natal.

"Virar presidente era o plano A. Antes que vocês se desanimem, hoje vou anunciar meu plano B. Depois de muito refletir, estou suspendendo minha campanha."

Em um bom momento retórico, ele destacou que nos EUA alguém "sem experiência política nem diploma de Harvard" chega entre os quatro finalistas da corrida presidencial. Cain disse ainda que não sairá de cena e culpou a mídia por focar nas acusações, não no seu plano de governo.

Entre os "finalistas", Cain inclui -a 11 meses da eleição- o presidente Barack Obama e os líderes republicanos nas pesquisas: o ex-presidente da Câmara Newt Gingrich (que tem, no site agregador de enquetes Real Clear Politics, 26%), o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney (20%) e ele mesmo (14%).

Como a musa conservadora Sarah Palin, Cain prometeu seguir ativo no movimento conservador, lançando o site "As Soluções de Cain".

Prometeu, também, anunciar em breve seu apoio a um dos republicanos.

Michele Bachmann, 4,5% nas pesquisas, foi rápida em emitir um comunicado no qual parabeniza e agradece Cain por sua contribuição à campanha presidencial.