Índice geral Mundo
Mundo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Filho de Gaddafi quis fugir para o México

Rede desmantelada pelo governo mexicano já tinha comprado imóveis e documentos falsos para Saadi Gaddafi

Plano era que o líbio se mudasse, com a família, para praia no Pacífico; quatro envolvidos no esquema foram presos

ISABEL FLECK
DE SÃO PAULO

Uma paradisíaca praia da costa oeste mexicana, reduto de celebridades como Lady Gaga e Charlie Sheen.

Esse tinha sido o local escolhido por Saadi Gaddafi, 38, filho do ditador líbio Muammar Gaddafi, para se esconder com a família após a queda do regime, em agosto. O plano de fuga, porém, fracassou.

O governo mexicano descobriu, em setembro, o esquema montado por dois mexicanos, uma canadense e um dinamarquês para trazer o terceiro filho de Gaddafi e sua família do Níger, onde está em prisão domiciliar, para a vila de Punta Mita, na Baía de Bandeiras.

Os quatro foram presos entre 10 e 11 de novembro, e a operação da inteligência mexicana, chamada de "Hóspede", foi revelada ontem.

Os criminosos já tinham comprado imóveis em diferentes partes do país -a principal em Punta Mita- e providenciado documentos mexicanos falsos. O transporte até o México seria feito em avião particular.

Segundo o ministro do Interior, Alejandro Poiré, a canadense Cynthia Ann Vanier, líder do grupo, era o elo com a família Gaddafi e o dinamarquês Pierre Christian Flensborg, o responsável pela parte logística da fuga.

Os mexicanos Jose Luis Kennedy Prieto e Gabriela Davila Huerta teriam providenciado os documentos falsos.

A rede fretou voos entre México, EUA, Canadá, Kosovo e países do Oriente Médio para coordenar a rota de fuga.

Em São Paulo, a chanceler mexicana, Patricia Espinosa, confirmou que a inteligência trabalhava "há muito tempo" para desmantelar o esquema. "Estamos felizes de termos detectado de maneira eficaz e evitado o estabelecimento desta pessoa [no México]."

O advogado de Saadi, Nick Kaufman, disse que ele continua no Níger.

O líbio, que jogou futebol na Itália, é procurado pela Interpol -o Níger, por não ser Estado-membro, não precisa entregá-lo. Ele está proibido de viajar e teve os bens congelados pela ONU.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.