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Desigualdade de países ricos é a mais alta em 50 anos Nos emergentes, renda foi melhor distribuída EPAMINONDAS NETODE SÃO PAULO Dois estudos divulgados recentemente mostram que os países desenvolvidos se tornaram mais desiguais, enquanto o fosso entre ricos e pobres diminuiu nos emergentes nas últimas décadas. Após décadas de crescimento sustentado, a distribuição de renda piorou em 17 países da OCDE de 1985 a 2008, ficou estável em 3 (França, Hungria e Bélgica) e só melhorou em 2 (Turquia e, apesar da crise atual, Grécia). "A desigualdade nos países da OCDE alcançou o seu nível mais alto no último meio século", disse o secretário-geral Angel Gurría. Na América Latina, a partir do final dos anos 90 -quando boa parte do subcontinente se livrou da inflação e fixou moedas minimamente sólidas-, de 17 países, a distribuição melhorou em 13 e piorou somente em 4 (República Dominicana, Panamá, Honduras e Guatemala). Tanto a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), da ONU, quanto a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o órgão dos países ricos, se apoiam no coeficiente de Gini, ainda o "termômetro" mais usado para medir a desigualdade. A evolução da desigualdade nos países ricos tem explicações mais controversas do que a melhora geral dos índices entre os emergentes. Para alguns especialistas, a globalização "exportou" empregos menos qualificados para países menos desenvolvidos e reforçou a criação de vagas mais qualificadas, tornando mais difícil a vida dos trabalhadores menos educados nos países ricos. Segundo outra explicação, os avanços tecnológicos aumentaram o fosso entre os mais e os menos bem pagos. A OCDE também sugere que reformas regulatórias feitas de 1980 a 2008 tenham tido forte impacto na distribuição de renda. "A regulação mais flexível do mercado de trabalho contribuiu para aumentar a dispersão dos salários", diz relatório do órgão. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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