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Tensão no golfo Pérsico já provoca alta no petróleo

Barril sobe mais de 4% com a ameaça do Irã de fechar rota de petroleiros

País diz que bloqueará estreito de Hormuz, por onde passa 1/6 de toda a produção mundial, se for alvo de sanções

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

O risco de conflito entre Irã e EUA no estreito de Hormuz, área estratégica do golfo Pérsico por onde passa um sexto da produção mundial de petróleo, provocou ontem um aumento de mais de 4% no preço do barril.

A possibilidade de desabastecimento, alimentada por ameaças do Irã de fechar o estreito caso seja submetido a novas sanções, levou o barril a subir 4,2% na tarde de ontem em Nova York, atingindo US$ 102,96.

O petróleo tipo Brent, usado para fixar o valor de variedades importadas por refinarias americanas, aumentou 4,42%, atingindo US$ 112,13 em Londres.

A cotação mais alta nas últimas três semanas surge em meio a previsões de crescente demanda internacional por hidrocarbonetos em 2012. A alta do barril ameaça dificultar ainda mais a recuperação econômica nos EUA e na UE (União Europeia).

O nervosismo dos mercados aumentou depois de o Irã insinuar que poderia atacar o porta-aviões USS John C. Stennis, detectado por aviões não tripulados iranianos enquanto se afastava do golfo Pérsico na quinta-feira.

"Aviso, recomendo e alerto [os americanos] a não mandar de volta esse navio ao golfo Pérsico, pois não costumamos repetir nossas advertências", disse o comandante das Forças Armadas iranianas, general Ataollah Salehi.

Os EUA responderam que a circulação de navios militares americanos no golfo Pérsico continuará do mesmo jeito que vem ocorrendo "nas últimas décadas".

Num aparente esforço para diminuir a tensão, o Pentágono divulgou em seguida um comunicado afirmando que "não busca confronto" com as forças iranianas.

SANÇÕES

Teerã iniciou exercícios militares com mísseis, aviões e navios no golfo Pérsico e ameaçou fechar o estreito de Hormuz depois que a UE lançou conversas para impor sanções ao petróleo iraniano.

Países europeus vêm aumentando o cerco comercial e financeiro ao Irã para pressionar o país a suspender seu programa nuclear, suspeito de ter como objetivo a produção de um arsenal nuclear.

O Irã diz que suas centrais visam apenas a geração de energia e de combustível para um reator nuclear usado na pesquisa contra o câncer.

Teerã alega que, como signatário do Tratado de Não Proliferação, pode enriquecer urânio para fins pacíficos.

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