Índice geral Mundo
Mundo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Atentado deixa ao menos 25 mortos na capital da Síria

Segundo governo, homem-bomba se explodiu em rua de Damasco; mídia estatal disse ver 'vestígios' da Al Qaeda

Oposição acusa regime de Bashar Assad de estar por trás do ataque para desviar a atenção de protestos em massa

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um atentado a bomba numa rua movimentada de Damasco, capital da Síria, deixou pelo menos 25 mortos ontem, em ação que as autoridades do país dizem ter sido a segunda em duas semanas.

O ataque, segundo a mídia estatal, atingiu principalmente um ônibus que transportava policiais -mas, de acordo com a agência Sana, muitos dos mortos são civis.

Fotos da cena do atentado mostram sangue formando poças na rua, e a TV síria exibiu imagens de moradores de Damasco e paramédicos carregando corpos. Duas semanas atrás, diz o governo, ataques a agências de inteligência mataram 44 pessoas.

A Sana apontou "vestígios" da rede terrorista Al Qaeda, e o ministro do Interior da Síria, Mohamed Shaar, disse que o atentado foi obra de um homem-bomba cujo objetivo era "matar o maior número possível". Até ontem, porém, nenhum grupo havia assumido a autoria da ação.

SUSPEITAS DA OPOSIÇÃO

As informações do governo foram colocadas sob suspeita por ativistas -a censura à imprensa exercida pela ditadura de Bashar Assad impede a verificação independente das informações.

Ativistas sugeriram que o próprio regime de Assad esteja por trás dos ataques, numa tentativa de aparecer como vítima ante os observadores da Liga Árabe que estão no país. Mas nenhum oposicionista apontou indícios que corroborassem a suspeita.

Omar Idilbi, porta-voz do Conselho Nacional Sírio -organização que congrega grupos de oposição-, pediu que o ataque seja investigado por uma comissão independente. "É uma continuação do jogo sujo do regime, para tentar desviar a atenção dos protestos em massa", declarou.

A ONU estima que desde março, quando a onda de revoltas no mundo árabe atingiu a Síria, mais de 5.000 pessoas já tenham sido mortas. O governo sírio tem atribuído os conflitos a "terroristas" e a gangues armadas com financiamento externo.

A missão da Liga Árabe está na Síria desde 27 de dezembro, para observar o cumprimento de acordo em que Assad se compromete a retirar suas tropas das cidades ocupadas e suspender a repressão violenta a manifestantes.

Ativistas, porém, dizem que pelo menos 400 pessoas foram mortas no país desde o dia 21 de dezembro. Segundo eles, houve mais 19 mortes em protestos ontem.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.