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Premiê grego tenta obrigar credores a aceitar perda

Negociação com setor privado está em fase 'sensível', afirma o governo

Desconto de 50% em valor de título da dívida é parte de acordo pelo qual a Grécia deve obter ajuda de 130 bilhões

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O premiê da Grécia, Lucas Papademos, ameaçou propor uma lei que obrigue os credores privados da dívida do país, como bancos e fundos de investimento, a aceitar perdas caso eles não cheguem a um acordo na atual negociação com o governo grego.

Em entrevista ao "New York Times" -sua primeira a um jornal desde que assumiu o cargo, em novembro-, Papademos também cobrou do Parlamento que aprove as medidas de austeridade necessárias para que a Grécia receba o dinheiro do mais recente pacote de socorro.

Aprovado no segundo semestre de 2011, o pacote, de 130 bilhões (cerca de R$ 300 bilhões), é imprescindível para que a Grécia cumpra suas obrigações financeiras e prevê que os credores do país aceitem a perda de 50% do valor dos títulos da dívida.

Ontem, Charles Dallara, do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), lobby que representa as instituições financeiras, reuniu-se com Papademos e o ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, para discutir o acordo. O encontro durou três horas.

"As conversas com os credores privados estão numa fase muito sensível", disse Venizelos no Parlamento antes do encontro com Dallara.

"Nós queremos que o acordo seja fechado de uma maneira segura para a Grécia -com a Grécia permanecendo na zona do euro- e, ao mesmo tempo, segura para a economia real e para o sistema financeiro", acrescentou.

A intenção dos gregos é cortar pela metade, em 100 bilhões (R$ 227 bilhões), o total de sua dívida que está em poder de credores privados.

O governo já reduziu aposentadorias e salários e elevou impostos para receber ajuda de outros países europeus e de órgãos como o Fundo Monetário Internacional, o que vem provocando greves e protestos desde 2011.

Especialistas, por sua vez, têm demonstrado pessimismo com as atuais negociações. Para Yanis Varoufakis, professor de economia da Universidade de Atenas, a Grécia está "insolvente" e não tem como pagar sua dívida.

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