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Corrida republicana à Casa Branca sofre tensas reviravoltas

Dias antes de primária crucial na Carolina do Sul, Rick Perry desiste e anuncia apoio a rival de favorito

Gingrich tem endosso de desistente, mas enfrenta escândalo sexual; Mitt Romney continua sob ataque

LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL A COLUMBIA, CAROLINA DO SUL

Com mudança de um resultado, desistência, alianças e escândalo sexual, a campanha presidencial americana teve ontem seu dia mais intenso, marcado por reviravoltas que afetam três dos principais pré-candidatos republicanos e podem abalar o favoritismo de Mitt Romney.

Pode também pesar na votação na Carolina do Sul, Estado conservador que vai às urnas amanhã, na terceira etapa do calendário eleitoral.

A principal surpresa foi a revisão do resultado da prévia de Iowa, que tirou a vitória de Romney e deu-a ao ex-senador ultraconservador Rick Santorum. Na recontagem, Santorum teve 34 votos mais do que o ex-governador de Massachusetts, e não oito menos, como dito há 15 dias.

A mudança não altera o total de votantes que cada um levará de Iowa para a convenção do Partido Republicano, que elegerá o oponente de Barack Obama em agosto -sete cada, pelas regras do Estado, em um universo de 2.286.

Além disso, porque o partido constatou falhas em ao menos 131 sessões eleitorais, o resultado nebuloso foi classificado como "empate".

Mas pode afetar as doações de campanha, vitais em um ano em que o investimento em comerciais denegrindo os rivais é recorde. Até então, Romney vinha usando a suposta vitória dupla nas duas primeiras prévias, Iowa e New Hampshire, para persuadir doadores de que seu nome era inevitável.

PERRY E GINGRICH

Romney, que vê sua vantagem sobre o presidente da Câmara Newt Gingrich diminuir nas pesquisas da Carolina do Sul, sofreu outro revés: Rick Perry, governador do Texas, desistiu ontem e anunciou apoio a Gingrich.

A saída de Perry era esperada para depois da primária de amanhã, mas a decisão antecipada em favor do ex-deputado surpreendeu. Embora viesse em quinto nas pesquisas, após más performances em debates, Perry é popular na direita cristã, fatia larga na Carolina do Sul.

"Acredito que Newt seja um visionário conservador que pode transformar nosso país", disse o governador em entrevista coletiva em Charleston, no mesmo Estado.

Gingrich, que disputa com Santorum a preferência do eleitorado ultraconservador avesso a Romney, já havia arregimentado na véspera o apoio da musa do movimento Tea Party e ex-candidata a vice-presidente Sarah Palin, em um cenário que se consolida em torno da rivalidade entre ele e o ex-governador.

Mas o político da Geórgia, um veterano do Congresso que balançou entre o centro e a direita em seus mais de 20 anos de carreira, enfrenta os próprios percalços.

Sua segunda ex-mulher, Marianne, deu uma entrevista à rede de TV ABC que seria exibida na noite de ontem acusando-o de propor a ela um "casamento aberto", no qual ela aceitasse a então amante do político, Calista.

Marianne, por sua vez uma ex-amante e recém-diagnosticada com esclerose múltipla, não aceitou; os dois se divorciaram, e Gingrich se casou com Calista.

Embora a história não seja desconhecida, os detalhes podem afetar a opinião do eleitorado mais religioso.

Gingrich evitou o assunto. Já seu novo cabo eleitoral, Perry, minimizou: "Newt não é perfeito. Mas quem é?".

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