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Morre o cineasta grego Theo Angelopoulos

Aos 76, diretor foi atropelado por moto enquanto produzia um novo filme em Atenas

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Morreu ontem, aos 76 anos, o cineasta grego Theo Angelopoulos. Ele foi atropelado por uma motocicleta quando atravessava uma avenida perto do set de seu novo filme, "The Other Sea" (o outro mar), em produção.

A polícia e representantes do hospital para onde o diretor foi levado disseram que sofreu múltiplos traumas na cabeça e, após quatro horas, não resistiu aos ferimentos.

O motociclista, também machucado no acidente, foi identificado como um policial fora do trabalho.

Theodoros Angelopoulos nasceu em 17 de abril de 1935, em Atenas, na Grécia.

Ele trabalhou como jornalista e crítico antes de enveredar pelo cinema. Sua estreia na sétima arte foi com "Reconstrução", em 1970.

Depois abordou a história da Grécia com a trilogia formada por "Dias de 36" (1972), sobre o assassinato de um líder sindical, "Os Atores Ambulantes" (1975), em que o fascismo e o comunismo são vistos pelo olhar de uma família de músicos viajantes, e "Os Caçadores" (1977), retrato de uma rica burguesia.

Esses três longas foram premiados pela crítica no Festival de Berlim nos anos 1970.

Em 1980, "Alexandre, o Grande" venceu o prêmio da crítica em Veneza. Já "Paisagem na Neblina" (1988) levou o Leão de Prata no festival.

"Um Olhar a Cada Dia" (1995), com Harvey Keitel, levou o Grande Prêmio do Júri em Cannes e o prêmio da crítica. Desapontado por não ter vencido a Palma de Ouro, causou constrangimento ao comentar: "Se isso é o que vocês têm a me dar, eu não tenho nada a dizer".

Em 1998, venceu a Palma de Ouro por "A Eternidade e um Dia", além do prêmio ecumênico do festival francês. No filme, Bruno Ganz interpreta um escritor famoso, doente e com poucos dias de vida.

Participou do longa coletivo "Cada Um com Seu Cinema" (2007), ao lado do português Manoel de Oliveira, do canadense David Cronenberg, do italiano Nanni Moretti e do japonês Takeshi Kitano, entre outros diretores.

Ficou conhecido no Brasil através da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que exibiu seus primeiros filmes em 1996 e concedeu o Prêmio Humanidade em 2009, pelo conjunto da obra.

Nesse ano, caminhou pelo centro da cidade, chuvoso naquele dia, e, em entrevista à Folha, teceu comentários sobre o que chamou a sua atenção: "Vi gente se beijando na rua. Fazia muito tempo que eu não via isso".

A simpatia dos brasileiros chamou a sua atenção: "Há vitalidade nas ruas, há gente de diferentes cores aqui".

Na ocasião, também filmou um curta para integrar o filme "Mundo Invisível", que foi o último projeto de Leon Cakoff (1948-2011).

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