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Emergentes terão menos capital em 2012

Previsão é do Instituto Internacional de Finanças, que reúne bancos e instituições financeiras de todo o mundo

Queda deve ser de cerca de 18%, puxada pela crise europeia; FMI faz redução da previsão de crescimento global

DE WASHINGTON

No mesmo dia em que o Fundo Monetário Internacional revisou para baixo sua projeção de crescimento global e disse que a recuperação pode estancar, o IIF (Instituto Internacional de Finanças) anunciou que o fluxo de capitais para os emergentes cairá 18% neste ano.

É 30% menos do que o previsto em setembro.

Na América Latina, porém, a queda será discreta (3,8%), e no Brasil a entrada de investimentos deve subir 4%.

O IIF congrega mais de 400 bancos e instituições financeiras do mundo, e, embora defenda os interesses do setor, seus relatórios são um termômetro importante das finanças globais.

Em setembro, o grupo já previa contração neste ano em relação a 2010 e 2011. Desde então, o cenário piorou e os riscos se agravaram.

Segundo o IIF, a entrada de recursos em 30 países emergentes que monitora será de US$ 746 bilhões (US$ 338 bilhões menos do que o esperado) neste ano e de US$ 893 bilhões em 2013.

A mudança maior está nos mercados emergentes da Europa e da Ásia, mais expostos ao sistema bancário europeu, o mais afetado. Mas a revisão atinge todas as regiões, alerta o grupo, e aumentou o risco de contágio.

Avalia, porém, que a América Latina está mais resguardada, embora não 100% segura -assim como o FMI.

"As dificuldades com os títulos da dívida em países europeus estão tendo impacto crescente na economia global e no clima nos mercados financeiros", disse Charles Dallara, diretor-presidente do IIF, em apresentação dupla em Washington e Zurique.

"A crise está contribuindo para que os bancos reduzam suas posições alavancadas", acrescentou ele.

Ou seja: os bancos europeus agora precisam pagar mais ágio quando coletam crédito na praça, e por isso não estão investindo muito além do que têm em caixa. Com isso, o fluxo para os mercados emergentes cai.

ESTAGNAÇÃO

O FMI também falou em tom pessimista sobre a economia global ontem, revisando para baixo a expectativa de crescimento em 2012 e alertando que a recuperação em curso nos últimos meses, fraca, pode estagnar.

"O epicentro [dos riscos] é a Europa, mas as demais regiões são cada vez mais afetadas", disse o economista-chefe do fundo, Olivier Blanchard, em entrevista coletiva.

Pelo novo relatório, o crescimento deve ficar em 3,25%, 0,75 ponto percentual abaixo do esperado. No ano passado, a produção mundial se expandiu 3,8% e, no ano que vem, o avanço deve ser de 3,9% -sujeito a corte se a Europa não melhorar logo.

A revisão mais drástica, como esperado, foi na zona do euro (corte de 1,6 ponto), que deve encolher 0,5%, puxada sobretudo pela recessão na Espanha e na Itália.

Já a China crescerá 0,8 ponto percentual abaixo do esperado, ou 8,2%. O único país a não ter a projeção (1,8%) revista foram os EUA.

(LUCIANA COELHO)

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