Brasil poderá ter fluxo maior que o da China

Enquanto os emergentes devem ver o fluxo de capital estrangeiro diminuir neste ano -e, em alguns casos, no próximo-, o Brasil deve receber mais capital internacional do que a China em 2013.

Segundo o Instituto Internacional de Finanças, o país deve ser o destino de US$ 142,5 bilhões -4% a mais do que em 2011. O valor está abaixo dos US$ 153,8 bilhões de 2010, mas essa marca deve ser superada em 2013.

No ano que vem, o IIF estima que sejam direcionados ao país US$ 158 bilhões -US$ 3 bilhões a mais do que para a China, destino preferencial entre os emergentes nos últimos anos. Pequim, porém, foi afetada por cortes no crescimento e nos juros.

Já a América Latina tem se mantido mais estável e sofrido menos com a contaminação pelos bancos europeus, embora esta seja um risco crescente, afirma o IIF. Como maior economia da região, e após forte queda em 2011, o Brasil atrai mais recursos.

O cenário, porém, não é tranquilo. O FMI anunciou ontem que cortou sua projeção de crescimento para o país para 3% neste ano, ou 0,6 ponto em relação ao previsto em setembro, e para 4% em 2013.

Indagado se os emergentes precisariam tomar novas medidas anticrise, o economista-chefe do Fundo, Olivier Blanchard, titubeou: "Não há solução comum para todos. Mas é preciso ficar atento à volatilidade da Europa". (LC)