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Brasil dificulta a entrada de espanhóis

A partir de abril, país ampliará exigências a turistas, incluindo comprovação da capacidade de gastar R$ 170 por dia

Decisão retalia Madri, depois de "situações inaceitáveis" vividas por brasileiros em viagem à Espanha

FLÁVIA FOREQUE
MAELI PRADO
DE BRASÍLIA

A partir de 2 de abril, o Brasil aumentará as exigências para espanhóis entrarem no país, adotando critérios semelhantes aos impostos a brasileiros que viajam à Espanha.

A medida visa a reciprocidade no tratamento diplomático, ao equiparar as exigências feitas a turistas brasileiros pela Espanha.

Segundo o Consulado Geral do Brasil em Madri, serão cobrados dos turistas espanhóis passaporte com validade mínima de seis meses, capacidade de despesas de R$ 170/dia (€ 80), comprovante de hospedagem em hotel, com reserva já paga, ou carta-convite de seus cicerones.

Para entrada na Espanha, as exigências são parecidas, com a diferença de que a capacidade de despesas exigida do viajante é de € 64,14 por dia (com montante mínimo total de € 577,26).

Em junho do ano passado, durante sabatina no Congresso Nacional, o chanceler Antonio Patriota disse que o Brasil estudava adotar medidas diante do que chamou de "situações inaceitáveis". "Mas esperamos que a via da racionalidade, da conciliação e do diálogo continue produzindo resultados", afirmou.

Segundo o chanceler, nos primeiros meses do ano passado, 140 brasileiros eram barrados por mês ao tentar entrar na Espanha. Patriota ressaltou que o cenário vinha melhorando: em 2007, havia uma média de 250 brasileiros barrados por mês no país.

Apesar dos números positivos, o chanceler disse na ocasião que havia "cooperação insuficiente" da Espanha.

MAL-ESTAR

Em 2008, seguidas rejeições de brasileiros provocaram mal-estar. Celso Amorim, o então chanceler brasileiro, fez cobranças públicas ao governo espanhol e convocou o embaixador da Espanha no Brasil a dar explicações.

O Ministério de Assuntos Exteriores espanhol reconheceu erro no tratamento dado a turistas brasileiros. Os países assinaram protocolo para tentar encerrar o impasse.

O Itamaraty informou, por meio de sua assessoria, que não houve nenhum fato específico que tenha desencadeado a decisão brasileira. A reciprocidade seria somente uma forma de "equilibrar o nível de exigência" de entrada.

A Embaixada do Brasil na Espanha informou que o governo espanhol foi avisado da mudança e que não a viu como retaliação. Descartou relação entre as novas regras e a crise econômica no país.

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