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Nos EUA, vice chinês é cobrado por Obama

Presidente americano diz a provável sucessor de Hu Jintao que a China tem de assumir 'novas responsabilidades'

Além de Obama, Xi Jinping se encontrou com os secretários de Defesa e de Estado na 1ª visita oficial ao país

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Xi Jinping, o vice-presidente da China e provável sucessor de Hu Jintao no comando do regime, foi recebido ontem na Casa Branca para uma visita de cinco dias que o levará país afora e ouviu de Barack Obama que a potência emergente precisa assumir "novas responsabilidades".

Apesar da insistência dos dois lados de que a visita é para estreitar laços, Obama não deixou de evocar questões espinhosas como o respeito aos direitos humanos e distorções nas práticas comerciais, campo em que os dois países trocam farpas.

"A ascensão pacífica da China é bem-vinda, mas poder e prosperidade em expansão trazem também mais responsabilidades", disse o presidente americano no início de seu encontro com Xi, no que soou como uma alfinetada dias após o veto chinês na ONU a uma intervenção internacional na Síria.

Após a reunião, Obama disse a jornalistas que os EUA "querem ter certeza de que todos jogam sob as mesmas regras" na economia -Washington acusa Pequim de distorcer seu câmbio para baratear suas exportações.

Xi se desviou das críticas. "Espero ansiosamente por uma troca de ideias franca e profunda", afirmou, sorrindo e enfatizando que quer ter contato com uma "amostra ampla da sociedade americana" e "buscar o consenso".

De Washington, ele seguirá para o Estado agrícola de Iowa e para a Califórnia.

FUTURO LÍDER

Xi é convidado oficial do vice-presidente Joe Biden.

Sua agenda lotada, porém, é digna de chefe de Estado. Entre outros, ele se reuniu com o titular da Defesa, Leon Panetta, com a secretária de Estado, Hillary Clinton, e com o ex-secretário Henry Kissinger, que estreitou os laços com Pequim nos anos 70.

O dirigente deve ser alçado ao topo do governo em Pequim pelo Congresso do Partido Comunista, marcado para o quarto trimestre.

Por isso, a visita -a primeira oficial dele aos EUA- é tratada pelo governo e pela imprensa local como a apresentação do homem que deve liderar pela próxima década o país que é hoje o principal credor externo americano e também seu principal antagonista no palco global.

Durante cúpula no Havaí em novembro, Obama relançou os EUA como potência do Pacífico, para contrabalançar o aumento do poder chinês. Depois, anunciou uma nova estratégia de segurança que foca a China e vê a Ásia, ao lado do Oriente Médio, como prioridade.

Na campanha eleitoral americana, a China é pintada como principal inimigo econômico a temer -discurso de eco ante a crise econômica e o alto desemprego.

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