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Irã ameaça inimigos com ataque preventivo

Teerã afirma que agirá antes se sentir que outros países querem pôr em perigo seu programa de energia nuclear

Governo iraniano diz que está disposto a negociar, desde que seja assegurado seu direito de enriquecer urânio

Behrouz Mehri/France Presse
Em Teerã, mulheres passam por mural que retrata soldados iranianos na Guerra Irã-Iraque
Em Teerã, mulheres passam por mural que retrata soldados iranianos na Guerra Irã-Iraque

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

O Irã advertiu ontem que está disposto a lançar ataques preventivos contra os inimigos caso julgue estar prestes a sofrer alguma agressão por forças externas.

"Nossa estratégia de agora é que, se sentirmos que nossos inimigos querem pôr em perigo os interesses nacionais do Irã e decidirem [atingir esses interesses], agiremos sem esperar suas ações", disse Mohammad Hejazi, número dois do Estado-maior das forças iranianas, à agência estatal Fars.

Hejazi parecia se referir às reiteradas ameaças de Israel, que considera lançar um bombardeio para acabar com o programa nuclear iraniano, visto pelo Estado judaico como ameaça existencial.

Segundo a agência de notícias Reuters, a inteligência americana considera que o Irã dificilmente iniciará um conflito, mas responderá em caso de ataque.

Sob pressão das ameaças israelenses e de sanções econômicas cada vez mais fortes, o Irã recebeu nos últimos dois dias a segunda visita de inspetores nucleares da ONU em menos de um mês.

O trabalho dos peritos, que não puderam visitar centrais atômicas, tem como objetivo pavimentar o caminho para uma retomada formal das conversas diplomáticas acerca do programa nuclear iraniano.

Especula-se que as conversas, paralisadas há mais de um ano, ocorram nas próximas semanas num país a ser definido.

O Irã reiterou ontem que está disposto a retomar o diálogo com o grupo conhecido como P5 + 1, que reúne as cinco potências do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha. As conversas são coordenadas pela UE (União Europeia).

INEGOCIÁVEL

O governo iraniano afirma que está disposto a ser transparente e a negociar vários aspectos de seu programa nuclear, desde que seja assegurado seu direito de continuar enriquecendo urânio.

O Irã argumenta em seu favor que, na condição de signatário do Tratado de Não Proliferação, pode ter centrais nucleares para fins civis.

"Nosso direito está assegurado, e não acho que haja algo negociável em relação às nossas atividades nucleares", disse ontem um porta-voz.

A AIEA, a agência nuclear da ONU, exige que Teerã suspenda seu programa atômico até que se prove as suas intenções pacíficas.

Numa tentativa de demonstrar que não teme o isolamento imposto pelo Ocidente, o Irã anunciou nas últimas semanas avanços na sua capacidade de enriquecer urânio a níveis cada vez mais puros.

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