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Ato vitima opositor que exibiu 800 ataques na internet

GERMANO ASSAD
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM ISTAMBUL

Os bombardeios de ontem a edifícios que abrigam ativistas e dissidentes do Exército sírio em Homs mataram Rami al Sayed, 26.

Al Sayed disponibilizou em seu canal no YouTube mais de 800 vídeos desde o início das revoltas no país, em março do ano passado.

Mas foi a partir de setembro, quando Homs já convivia com confrontos diários entre as forças de segurança do governo e dissidentes do Exército, que suas transmissões ao vivo passaram a abastecer emissoras de televisão e portais dos principais jornais ao redor do mundo.

"Trabalhei com Rami por nove meses, dividíamos um quarto. Estou em choque, é uma perda irreparável", disse à Folha o ativista Abdul Rahman Batra.

Juntos, eles atualizavam os comitês locais de coordenação e entidades de direitos humanos sobre a situação nas partes mais afetadas da cidade, além de conceder inúmeras entrevistas a veículos de comunicação.

"Fugi para Istambul porque estava sendo procurado pelo serviço de inteligência, mas Rami não quis vir junto. Tínhamos acabado de conseguir novos equipamentos por meio de doações de amigos sírios", afirmou Batra.

Segundo o amigo, Al Sayed "produziu um dossiê com provas incontestáveis de crimes contra a humanidade cometidos pelo governo de Assad".

A última mensagem de Al Sayed era uma referência aos grupos de oposição que não chegam a um acordo.

"Há um genocídio. Eu nunca os perdoarei pelo seu silêncio. Vocês só nos deram palavras, mas precisamos de ações. Nossos corações estarão sempre com aqueles que arriscam suas vidas pela nossa liberdade", dizia o texto.

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