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Rivais tentam acuar Romney em "casa"

Posição do republicano contra auxílio à indústria automotiva em Michigan, seu Estado, é explorada por oponentes

Pesquisas, no entanto, apontam vitória hoje de Romney, que reverteu o favoritismo inicial de Santorum no Estado

VERENA FORNETTI
ENVIADA ESPECIAL A DETROIT (MICHIGAN)

Mitt Romney, ex-governador de Massachusetts favorito à candidatura republicana à eleição presidencial de novembro, enfrenta pressão para ganhar a primária de hoje em Michigan, onde nasceu.

Ele lidera as pesquisas no Estado, mas é alvo de publicidade negativa patrocinada pelos rivais.

Romney passou a infância e parte da juventude em Detroit, onde seu pai foi executivo na indústria automotiva. Michigan é sede das montadoras Ford, GM e Chrysler.

O Estado tem taxa de desemprego superior à média do país. Sofre ainda efeitos da recessão iniciada em 2007 e do declínio da indústria automotiva -fechamento de empresas e evasão populacional.

"[A vitória] Será grandiosa, pois estávamos atrás nas pesquisas", disse Romney em entrevista à rede de TV Fox. Há pouco menos de uma semana, as sondagens mostravam o pré-candidato Rick Santorum à frente.

ATAQUES

A vantagem nas pesquisas ocorre apesar de os ataques a Romney terem se intensificado nos últimos dias. Ele é alvo de anúncios financiados por apoiadores de Barack Obama e por sindicatos.

As propagandas lembram que Romney se opôs ao socorro que as montadoras receberam do governo americano durante a crise.

Em 2008, o republicano escreveu artigo em que defendia que os EUA deveriam deixar as montadoras quebrarem. O texto é a base para os ataques. O grupo Priorities USA Action, que levanta fundos para a campanha do democrata Barack Obama, veicula vídeo em que destaca o artigo, publicado no "New York Times" com o título "Deixe Detroit Ir à Falência".

O sindicato UAW pagou para que um helicóptero sobrevoasse eventos de campanha de Romney exibindo a faixa com seu nome e o título do artigo. A campanha de Santorum também investe em peças de ataque a Romney. Ao todo, ele gastou US$ 1,3 milhão (R$ 2,2 milhões) em Michigan, segundo o "The New York Times".

Conservadores no Estado se dizem dispostos a relativizar pontos de vista como a condenação ao aborto para fortalecer um candidato e aumentar as chances de vitória na eleição presidencial.

"Gosto do Newt Gingrich, mas acho que ele não derrotaria Obama. Gosto do Santorum, porque ele é contra o aborto. Esse é um dos pontos mais importantes para mim, mas votaria em outra pessoa porque acho que não podemos mais suportar Obama", diz o agricultor Lawrence, 69.

"O importante é tirar Obama da presidência. Ele é o primeiro presidente antiamericano", diz o também fazendeiro Larry, 70. Ambos não quiseram dizer o sobrenome. Para Larry, Obama quer eliminar diferenças de classe e não premia esforços individuais.

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