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Análise

Barganha mostra como é errática a diplomacia do país asiático

RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO

A Coreia do Norte já explodiu duas bombas nucleares e se estima que o país tenha pelo menos meia dúzia delas.

Por isso o carcomido estado comunista, renitente baluarte do stalinismo, pode dar-se ao luxo de trocar inspeções internacionais e promessas de bom comportamento por algo que é muito mais necessário para sua sofrida população: comida.

Fazer bomba atômica é fácil: um grupo de bons estudantes de física, providos de matéria-prima nuclear e uma boa oficina, conseguiria produzir um artefato razoável.

Por que essa reviravolta agora? Quando se trata de Coréia do Norte, os textos dos especialistas na geopolítica da região sempre têm as mesmas frases básicas: "impossível prever", "não está claro", "meu palpite é"...

Nessa secura de dados, uma fonte de informação importante pode ser apenas uma singela foto do ditador com seus sequazes; supostamente quem está mais perto tem mais influência.

Um novo ditador, ainda mais jovem, não tem como iniciar mudanças radicais logo de cara, mesmo que queira. Sua base de apoio, Partido Comunista e militares, não permitiria. Mas variantes do tema são possíveis.

É o caso da errática diplomacia nuclear com o resto do mundo -especialmente com os países que estão mais interessados no tema.

São a vizinha China, o principal aliado, mas que quer acima de tudo paz na sua fronteira; os dois países capitalistas que seriam alvos dos norte-coreanos, Coreia do Sul e Japão; a potência militar regional, Rússia, e a potência militar mundial, os EUA.

Diplomacia bem errática. Uma hora negociam, outra afundam uma corveta sul-coreana e bombardeiam uma ilha do vizinho.

Em 15 de abril, a Coreia do Norte comemora o centenário do fundador do país, Kim Il-sung. O neto dele, atual líder, vai ter então que mostrar serviço tanto à sua base de apoio como à população.

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