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Regime sírio inicia avanço sobre Homs, segundo a oposição

Ditador teria dado ordens a militares para 'limpar' bairro reduto de rebeldes; ativistas dizem que 15 civis morreram

Governo não permitiu entrada de enviada da ONU no país; jornalistas franceses permanecem na cidade sitiada

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

As forças de segurança da Síria iniciaram forte avanço militar, ontem, no reduto insurgente de Homs, segundo relatos de ativistas. As restrições que o regime do ditador Bashar Assad impõe ao trabalho da imprensa no país dificultam a verificação de informações.

Sitiada e bombardeada há 25 dias, Homs enfrenta blecaute e bloqueio de comunicação.

Relatos dão conta de que os tanques da repressão pertencem à divisão comandada por Maher, irmão de Assad conhecido pela brutalidade. Cerca de 7.000 homens leais ao ditador teriam sido deslocados para a cidade.

Um funcionário do governo sírio ouvido pela agência Associated Press falava em "limpar" o bairro de Baba Amro em questão de horas.

Segundo ativistas, ao menos 15 civis morreram.

A Síria se recusou a deixar Valerie Amos, enviada da ONU, entrar no país. Para um diplomata ocidental ouvido pela Reuters, a negativa é sinal de que Assad quer sufocar a insurgência em Homs.

"Eles sentiram que deixá-la entrar agora seria devastador para a imagem [do país]."

O jornalista espanhol Javier Espinosa escapou de Homs e já se encontra no Líbano, de acordo com informações do jornal "El Mundo", para o qual trabalha. Anteontem, o fotógrafo britânico Paul Conroy também foi resgatado.

Permanecem na cidade, porém, os franceses Edith Bouvier e William Daniels.

Os EUA preparam uma nova resolução do Conselho de Segurança da ONU contra a Síria, pedindo que, desta vez, Rússia e China não vetem o texto. Não há data para votar a medida, ainda um rascunho.

Ontem, Kofi Annan, enviado da ONU e da Liga Árabe para a Síria, disse esperar que Assad aceite o diálogo com os dois organismos e dê autorização para que ele entre "logo" na Síria.

"É extremamente importante que todos aceitem uma mediação", disse Annan, após encontro com Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU.

As Nações Unidas estimam que já tenham morrido mais de 7.500 pessoas na Síria desde o início da insurgência, em março do ano passado.

Isaac Herzog, ministro de Bem-Estar de Israel, afirmou ontem que líderes da oposição síria lhe disseram que querem paz com Israel assim que derrubarem Assad.

O ministro não revelou as fontes, mas afirmou que a oposição quer "ser amiga" de Israel -que, diz, deveria enviar suprimentos aos rebeldes.

O governo líbio prometeu doar US$ 100 milhões em ajuda humanitária à Síria, em gesto solidário vindo de um país que derrubou o próprio ditador, no ano passado.

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