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Exilados aplaudem a doação de Messi e cobram apoio de Ronaldo

DO ENVIADO A ANTAKYA

"Começamos lutando contra um governo. Hoje lutamos contra quatro", diz Omar Aldoumani, 25, resumindo o rancor dos opositores contra os países que apoiam o regime sírio.

As farpas têm endereço certo: Rússia e China, que vetaram resolução contra a Síria no Conselho de Segurança da ONU, e Irã, principal aliado do ditador Bashar Assad.

Também sobram críticas a governos que relutam em defender explicitamente a saída de Assad -Brasil entre eles.

Mesmo nos remotos campos de refugiados instalados na fronteira com a Turquia, impressiona a capacidade com que cada movimento diplomático é conhecido em detalhes por todos.

"Sabemos que seu governo não apoiou a resolução contra a Síria no Conselho de Segurança", dispara o ex-funcionário público Hussam Maara, 30, ao saber que o repórter é do Brasil.

Como aconteceu na Líbia, onde o governo brasileiro demorou até o último momento para reconhecer os rebeldes, para os opositores sírios também é difícil entender por que um país tão querido não se coloca "do lado certo".

A cobrança não é só endereçada ao governo. Causou enorme admiração entre os refugiados a notícia de que o jogador argentino Messi tinha feito uma doação para ajudar os feridos na cidade de Homs.

"E o Ronaldo, não vai nos ajudar?", provoca o farmacêutico Mohamad Alwid, 36. Muitos também têm parentes no Brasil, o que reforça a cobrança.

Um deles, que pede para não ter o nome divulgado, conta que o irmão foi ameaçado depois de participar de um protesto contra o regime na frente do consulado sírio em São Paulo.

"Ligaram para ele da embaixada e disseram que nossa família sofreria retaliações se ele não parasse", afirma.

(MN)

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