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Rússia prende manifestantes anti-Putin Polícia reprime manifestações contra o que a oposição classificou como fraudes que deram vitória a premiê russo "Estamos vivendo uma nova ditadura", diz manifestante ouvido pela Folha na praça Pushkin, em Moscou
ENVIADO ESPECIAL A MOSCOU MARINA DARMAROS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MOSCOU Um protesto convocado pela oposição contra a vitória do premiê Vladimir Putin, com quase 64% dos votos, na eleição presidencial de domingo levou cerca de 20 mil pessoas à praça Pushkin, em Moscou, de acordo com os organizadores da manifestação. A polícia fala em 14 mil. O número de detidos pela polícia -que colocou 12 mil homens nas ruas da capital russa- varia de 250 (nas contas das autoridades) a 1.000 (nas contas da oposição). O escritor Eduard Limonov, do bloco Uma Outra Rússia, compareceu à Comissão Eleitoral Central, perto da praça Lubianka, para criticar o que classificou como fraudes eleitorais. Sem autorização oficial para o ato, foi detido. Na praça Pushkin, o ativista e blogueiro Alexei Navalny e o líder de esquerda Sergei Udaltsov foram detidos após se recusarem a deixar a área quando o prazo concedido para o ato expirou. Entre os gritos de "Rússia sem Putin" e "Putin ladrão" na praça, o empresário Vladimir Fidelev, 46, usando uma fita branca na jaqueta, disse à Folha estar cansado do jogo político na Rússia. "Estou com ânsia de vômito. Se o presidente Medvedev ainda fosse para o segundo mandato, o povo engoliria." Aleksandr Notchini, 72, presidente da União dos Fabricantes de Concreto, comparou o regime de Putin ao período soviético: "Estamos vivendo uma nova ditadura. Durante o período soviético, havia medo e fé. Hoje não há medo, mas há essa desonra". Na praça Manej, os jovens da Nashi, organização favorável ao governo, fizeram nova manifestação. Usando braçadeira em laranja e preto (símbolo da vitória soviética na Segunda Guerra), o estudante Serguei Kankov, 18, declarou: "Sou partidário de Putin porque acredito que seja um líder forte, como a Rússia precisa". Ontem, a principal missão de observadores internacionais disse que houve "sérios problemas" na votação. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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