Militar que matou civis estaria sob estresse

Departamento de Defesa/Divulgação/Reuters

O militar Robert Bales (à esq.), na Califórnia, em agosto de 2011

O militar americano que matou 16 civis afegãos no último domingo seria o sargento Robert Bales, segundo uma fonte da Defesa americana.

Até agora, só havia informações de que ele teria 38 anos e trabalhava na base de Lewis-McChord, próxima a Seattle, onde sua família estaria agora sob proteção.

Ontem, seu advogado, John Henry Browne, defendeu que o militar estaria passando por um forte momento de estresse, com uma crise no casamento e após ver um dos colegas perder a perna em uma explosão, no dia anterior ao massacre.

Segundo Browne, seu cliente tem dois filhos, de 3 e 4 anos, e estava insatisfeito por ter de voltar ao combate depois de se ferir por duas vezes no Iraque. Em uma delas, ele teria batido a cabeça com gravidade num acidente de carro.

Uma fonte da Defesa, no entanto, revelou que o militar teria ingerido álcool na base -o que é proibido por lei, mas raras vezes cumprido em campo- antes de sair da base na noite dos assassinatos.

Ontem, o militar, que fora transferido do Afeganistão para o Kuait na última quarta-feira, embarcou rumo à base Fort Leavenworth, do Exército americano, no Kansas, onde será mantido em prisão de segurança máxima, de acordo com o Pentágono.

A expectativa é que ele seja julgado em um tribunal militar, mas ainda não se sabe onde. O governo de Hamid Karzai chegou a solicitar que o militar respondesse ao crime no Afeganistão.

Ontem, após se encontrar com familiares das vítimas, o presidente Karzai disse estar "no limite de sua paciência" com a falta de cooperação dos EUA na apuração das mortes. Depois do incidente, ele pediu que as tropas de Otan (aliança militar ocidental) saiam das ruas e fiquem em suas bases.

BIN LADEN

O jornal "The Washington Post" revelou ontem que Osama bin Laden, líder da rede Al Qaeda morto em maio passado, planejava matar o presidente Barack Obama e o do general David Petraeus, então comandante das tropas no Afeganistão.

Em carta a seu principal responsável militar, Atiyah Abd al Rahman, Bin Laden disse que queria atacar o avião presidencial. Para ele, a morte de Obama faria com que o "totalmente despreparado" Joe Biden assumisse, colocando os EUA em uma "crise".