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Economistas duvidam de saída positiva para a Repsol

Empresa perde 25% da receita sem a subsidiária

NATÁLIA PAIVA
EM MADRI

Apesar de a Comissão Europeia ter afirmado ontem já estudar retaliações e de a Repsol ter repetido publicamente sua "confiança nos tribunais internacionais", economistas e diplomatas seguem descrentes em uma resolução favorável à petroleira -que, sem a subsidiária argentina, perde 25% de sua receita.

Tanto a reestatização ser revertida como o governo argentino concordar em pagar os US$ 10,5 bilhões exigidos pela companhia espanhola -baseados em conta interna com a ação da YPF a US$ 46,55, quando o papel já caiu para US$ 13,32- são cenários vistos como improváveis.

O governo espanhol pressiona a UE por retaliação, que pode ser via restrição de importações (o bloco compra US$ 10 bilhões ao ano da Argentina). Mas a medida poderia acabar sendo um tiro no pé: quem mais perderia seriam pequenos e médios importadores europeus.

Antonio Brufau, presidente da Repsol, reafirmou sua confiança nos tribunais internacionais, mas reconheceu que custará tempo.

A empresa disse que recorrerá ao tribunal de arbitragem do Banco Mundial -no qual um quarto dos casos já é contra a Argentina.

Em geral, 40% são resolvidos antes da decisão final -como ocorreu, no mês passado, com a venezuelana PDVSA e duas petroleiras americanas nacionalizadas em 2009; elas queriam US$ 1,2 bilhão, mas aceitaram 35%.

Se o escopo da compensação ainda é incerto, certeza há sobre o impacto da decisão argentina em futuros investimentos. Ontem a N2S, empresa espanhola de tecnologia, disse ter desistido de abrir escritório em Buenos Aires devido às "incertezas jurídicas" criadas pela decisão.

"Tudo vai depender da habilidade de empresas e investidores argentinos convencerem o governo de que ele deu um passo suicida", diz o economista espanhol Fernando Fernández, professor do Instituto Empresa, em Madri.

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