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Síria concorda que a ONU amplie sua missão no país

Ban Ki-moon diz que cessar-fogo não é cumprido e quer enviar 300 observadores

Militar brasileiro diz não ter visto 'maiores violações' da trégua; grupo de monitores deve visitar Homs amanhã

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

A ONU assinou um acordo ontem com a Síria para ampliar a missão dos monitores de paz no país, em meio às críticas do chefe da organização às violações do cessar-fogo cometidas pelo regime.

A ideia é enviar cerca de 300 observadores para verificar se o plano da ONU para cessar a violência no país está sendo cumprido.

Eles se juntarão à equipe avançada que já está na Síria e conta com oito militares, entre eles o brasileiro Alexandre Feitosa. Oficial do Departamento de Operações de Paz da ONU, o capitão de guerra e mar da Marinha brasileira, de 46 anos, disse que até agora não viu "maiores violações" do cessar-fogo.

Os relatos de contínuos bombardeios do regime contra áreas civis em Homs (centro) serão verificados, diz Feitosa. A visita à cidade, que tem sido o principal foco de violência, deve acontecer amanhã, acrescentou.

Sobre o tiroteio que teria ocorrido na visita a um subúrbio de Damasco, na quarta-feira, o militar brasileiro disse que houve "uma atitude normal" do Exército.

"Éramos três observadores, no meio de uma multidão de 600 pessoas", contou. Segundo ele, houve só tiros para o alto para dispersar a manifestação de opositores. "Não houve conflito."

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, repetiu que o governo sírio não está cumprindo o cessar-fogo e pediu o envio imediato de mais observadores.

A ONU estima que mais de 9.000 civis tenham sido mortos na repressão do regime nos 13 meses de revolta.

Prevendo o fracasso da missão da ONU, potências ocidentais e árabes que apoiam a oposição síria discutiram formas variadas de aumentar a pressão ao ditador Bashar Assad.

Enquanto a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, defendeu sanções duras, a França repetiu a ideia de um "corredor humanitário", e os sauditas falam em armar a oposição. Para o chanceler francês, Alain Juppé, o plano da ONU é a última chance de evitar uma guerra civil.

O comandante brasileiro, porém, mantém o pensamento positivo. "Fomos muito bem recebidos, todos falam que querem a paz. Isso nos deixa confiantes", diz.

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