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Vaticano teria recebido dinheiro para enterrar mafioso com papas

Fonte ligada à Santa Sé diz que viúva pagou 1 bilhão de liras

DE SÃO PAULO

A viúva do chefe do grupo mafioso Banda Magliana, Enrico de Pedis, teria pago 1 bilhão de liras (moeda italiana à época) à Santa Sé para enterrar o marido na basílica de São Apolinário, em Roma, local reservado a papas e cardeais. O valor equivale hoje a cerca de R$ 1 milhão.

O cardeal Ugo Poletti (1914-1997), então vigário-geral de Roma, teria dado sua bênção "diante de um montante tão conspícuo", apesar "da relutância inicial", disse uma fonte ligada à Santa Sé.

A acusação, que não foi comentada pelo Vaticano, pode explicar por que o líder da organização romana, que atuou entre 1976 e 1990, foi sepultado em local sagrado ao ser morto por antigos comparsas em fevereiro de 1990.

Estima-se que o dinheiro pago pela viúva tenha sido usado em "missões" e na restauração da basílica.

Desde 2010, a Justiça italiana tem a autorização do Vaticano para abrir a cripta onde estão os restos mortais do mafioso e buscar provas de seu suposto envolvimento no sequestro de Emanuela Orlandi, filha de um funcionário da Santa Sé. Mas até hoje a revista no túmulo não ocorreu.

Desaparecida em 1983, aos 15 anos, Emanuela pode ter sido morta porque seu pai sabia de transações entre o Banco do Vaticano e grupos mafiosos, segundo promotores.

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