Índice geral Mundo
Mundo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Eleições no Euro

Espanha cogita injetar até € 10 bi no terceiro maior banco do país

Governo Rajoy recua e diz agora que pode colocar dinheiro público em instituições financeiras

Ex-diretor do FMI, Rodrigo Rato renuncia ao comando do Bankia, instituição considerada a mais problemática

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Em uma reviravolta nas políticas prometidas pelo novo governo, o primeiro-ministro Mariano Rajoy abriu as portas ontem para a injeção de dinheiro público nos bancos espanhóis, e o Bankia, a terceira maior instituição financeira do país em ativos, deve ser o primeiro alvo.

"Minha última intenção seria emprestar dinheiro público, mas, se for necessário para salvar o sistema financeiro espanhol, não descartaria, assim como fizeram outros países europeus e a Espanha no passado", disse Rajoy.

O governo conservador, que assumiu no fim do ano passado, tinha prometido não colocar dinheiro dos contribuintes para ajudar o sistema financeiro, que ainda sofre com o estouro da bolha do mercado imobiliário.

Pouco depois da declaração de Rajoy, o presidente do Bankia e ex-diretor-gerente do FMI, Rodrigo Rato, renunciou ao comando do banco.

De acordo com jornais espanhóis, o Bankia deve receber uma injeção de entre € 7 bilhões e € 10 bilhões.

Com esse dinheiro, o banco poderia cumprir as regras do governo espanhol que determinam que ele levante € 5,1 bilhões como provisão contra perdas em empréstimos ao setor imobiliário -o Bankia disse em março que obteria esse dinheiro "sozinho e sem ajuda".

Até pouco tempo considerado um caso de sucesso (resultado da fusão, há pouco mais de um ano, de sete instituições financeiras), o Bankia passou a ser considerado o mais problemático dos bancos espanhóis.

A matriz da entidade, BFA, é a mais exposta ao setor imobiliário, com empréstimos de € 37,5 bilhões ligados a esse mercado - cerca de metade desse montante é considerada problemática. O Santander vem logo a seguir, com € 32 bilhões.

O banco foi alvo de críticas até mesmo do FMI no mês passado. Sem mencioná-lo de forma direta, o Fundo cobrou de um banco espanhol de "maior tamanho" que tome "medidas rápidas e decisivas para fortalecer seus balanços e melhorar sua gestão e sua governança corporativa".

Os problemas do setor bancário (o crédito vem de nove meses seguidos de queda) têm pesado sobre uma economia que está tecnicamente em recessão (dois trimestres consecutivos de retração do PIB) e que tem a maior taxa de desemprego em quase 20 anos: 24,1%, a maior da zona do euro.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.