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Adversários de pacote ganham com pleito grego

Coalizão da Esquerda Radical é a favorita

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

A Grécia definiu ontem, após nove dias de impasse, que haverá outra eleição parlamentar em meados de junho para que se forme um novo governo no país.

Na eleição do dia 6, nenhum partido teve votação suficiente para ter maioria absoluta no Parlamento e indicar o novo premiê, abrindo margem para um período de negociações que se provou ineficaz. O cenário deve se repetir na próxima votação. Até lá, o país terá um governo interino, que deve ser nomeado hoje.

Agora, em meio às incertezas causadas pela primeira eleição, a Grécia também tem que se preocupar com as reações da comunidade internacional, que passa a discutir abertamente a saída do país da zona do euro.

Ontem foi a vez de Cristine Lagarde, diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), afirmar a uma televisão francesa que não se deve descartar a saída do país do bloco de 17 nações que usam a moeda comum.

"Seria uma situação extremamente custosa e com grandes riscos, mas estamos obrigados a analisá-la de um ponto de vista técnico", declarou.

As pesquisas de opinião indicam que o maior beneficiado pela realização de novas eleições é o partido Syriza (Coalizão da Esquerda Radical), que se declara contra o pacote de resgate.

Na primeira votação, o Syriza alcançou um inédito segundo lugar na preferência dos eleitores, perdendo apenas para o Nova Democracia, de centro-direita, mas à frente do tradicional Pasok (Partido Socialista Pan-Helênico).

Os três partidos, de acordo com a Constituição grega, tentaram montar coalizões de governo, mas fracassaram.

Com isso, o presidente do país liderou nos últimos três dias esforços para constituir um governo de "união nacional", mas anunciou ontem que não teve sucesso.

A notícia fez com que as principais Bolsas europeias seguissem para o segundo dia consecutivo de queda: Londres fechou em baixa de 0,51%; Paris caiu 0,61%; Frankfurt oscilou 0,79% para baixo.

Com o temor dos investidores quanto ao contágio da crise, aumentou o valor dos juros da dívida pública de países como Itália e Espanha, ambos acima dos 6%.

Até mesmo o euro sofreu com o temor originado pelo impasse na Grécia, chegando a seu menor valor em relação ao dólar desde janeiro.

INVESTIDORES

A Grécia tentou acalmar o mercado financeiro anunciando que pagará integralmente um título de € 450 milhões que venceu ontem, depois de não ter conseguido convencer os investidores a diminuir seu valor.

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