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Análise

Mercado agora diz haver bancos fortes e fracos no país ibérico

PATRICK JENKINS
MILES JOHNSON
DO ‘FINANCIAL TIMES’

Quem está certo -O FMI ou o mercado? Semanas atrás, os investidores ignoravam a avaliação do FMI de que 70% dos bancos da Espanha pareciam saudáveis, e causaram queda de mais de 40% nas ações dos bancos do país nos 12 últimos meses.

Mas na última semana, os investidores começaram realmente a diferenciar os bancos espanhóis: as ações do Santander caíram em 4% nos últimos dez dias, enquanto as do Bankia, 42%.

Os analistas dizem que o mercado enfim está traçando uma distinção entre os bancos fortes -os "Três Grandes" Santander, BBVA e La Caixa- e fracos, os bancos de poupança, muitos comandados por políticos que não compreendem o funcionamento de um banco moderno.

Isso porque os "Três Grandes" conseguiram liquidar seus ativos tóxicos, sob a pressão de acionistas internacionais para que liquidassem os ativos "desnecessários". Já os bancos nacionais menores enfrentaram os preços baixíssimos de liquidação estabelecidos pelos rivais de maior porte.

Alguns outros bancos espanhóis menores, tais como o banco de poupança basco BBK e o Baninter, também são vistos como relativamente saudáveis graças aos seus quadros executivos respeitados, exposição menor ao setor imobiliário e práticas prudentes de empréstimos, quando comparadas às de alguns rivais. Mas lhes falta escala, em um mercado que passa por consolidação.

Os bancos agora precisam tentar levantar financiamento suficiente para bancar os novos requisitos de provisionamento. Embora o Santander e o BBVA devam poder usar sua geração de lucros para cobrir essa lacuna, os demais bancos terão desafio mais difícil, o que reforçará a separação entre as duas classes de bancos espanhóis.

O perigo para os grandes bancos, porém, é que eles irão se prejudicar se o governo espanhol se vir forçado a resgatar as instituições menores com montantes que possam causar risco à sustentabilidade da dívida pública. Afinal, eles estiveram entre os maiores compradores de títulos do governo.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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