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Acordo com Irã fracassa, diz agência nuclear

Iranianos barram visita da ONU a base; Obama nega ter vazado dados sobre ciberataque

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

A AIEA, agência de energia nuclear da ONU, anunciou não ter chegado a acordo com o Irã sobre o monitoramento de uma base militar de Teerã suspeita de ter abrigado testes com explosões atômicas.

O fracasso de um encontro que gerara sinais de otimismo é visto como mau presságio antes da reunião política entre o Irã e as grandes potências, que ocorrerá em Moscou dentro de duas semanas.

A AIEA disse que as conversas na sede da agência, em Viena, foram "decepcionantes" e que não há planos para novos contatos.

O embate envolveu um pedido dos inspetores nucleares da ONU para visitar a base de Parchin, 30 km ao sul de Teerã. A AIEA divulgou em novembro um relatório, com base em agências de espionagem não identificadas, afirmando existir sinais "críveis" de que o Irã testou em Parchin até 2003 artefatos usados em bombas nucleares.

O Irã, que nega querer a bomba, alega que Parchin não é central nuclear, mas uma instalação militar e, por isso, não sujeita a inspeções.

A mídia estatal iraniana questiona o motivo pelo qual a AIEA quer voltar a Parchin, já que a própria agência concluíra em 2008, após duas visitas ao local, que todas as dúvidas foram esclarecidas.

A agência de notícias Fars afirma que a AIEA adotou uma agenda anti-Irã desde 2009, início do mandato do diretor-geral Yukiya Amano, tido como pró-Ocidente.

O livre acesso dos inspetores a instalações é uma das exigências das potências no diálogo com o Irã, retomado após quase um ano e meio parado. Outra condição imposta é que Teerã reduza o grau de pureza de seu enriquecimento de urânio. O Irã diz que só negocia se o Ocidente aliviar sanções econômicas.

Ontem, o presidente dos EUA, Barack Obama, negou que seu governo tenha vazado de propósito informações sobre ciberataques ao programa nuclear iraniano. Republicanos o acusaram de divulgar o dado para beneficiar sua campanha à reeleição.

"A noção de que a Casa Branca divulgaria de propósito informação confidencial envolvendo segurança da nação é ofensiva. Acho que as pessoas deveriam ter noção mais clara de como eu me comporto neste cargo."

A informação sobre os ciberataques foi revelada na semana passada pelo "New York Times". O presidente não negou que seu governo tenha feito os ataques.

Colaborou VERENA FORNETTI, de Nova York

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